QUE É O SEDEVACANTISMO?
Em resumo, estes
são os elementos básicos que você necessita saber:
O raciocínio
sedevacantista procede do silogismo seguinte:
A Igreja Católica não
pode errar no ensino da fé e da moral, na promulgação de ritos litúrgicos, na disciplina,
no Código de Direito Canônico, no seu Magistério Ordinário (e Extraordinário). Isto não se pode
negar (Premissa Maior).
Ora, a pessoa que está
sentada no trono de São Pedro, que parece ser o pontífice da Igreja
Católica, ensina coisas anteriormente condenadas pela mesma Igreja (Premissa Menor).
Logo,
não é um Papa legítimo.
A Bula Cum
ex Apostolatus de Paulo IV (1559) afirma:
“Se sucedesse
que (...) o mesmo Pontífice, antes de sua promoção e elevação ao cardinalato ou
ao soberano pontificado se apartasse da fé católica, caindo em alguma heresia,
sua promoção ou ascensão, ainda que com o consentimento unânime de todos os
cardeais, seria nula e sem valor. Com efeito, como pode alguém que não é membro
da Igreja Católica ser ao mesmo tempo sua cabeça?”
Sem embargo,
quanto mais o tempo passa, o problema se torna mais complexo, sobretudo pela
aparição de uma linha “conservadora” na igreja conciliar. Muitos católicos, que
até agora eram “simplesmente” tradicionalistas, estão de alguma forma presos a
duas posições: a primeira, pelo pensamento de que “algo vai mal”, e a segunda, de que “as coisas não vão tão mal desde que Bento XVI promulgou o motu proprio Summorum Pontificum (7/7/2007).
Muitas pessoas
imaginam que a única coisa importante para um católico é assistir a uma missa
válida. Ora, o mais importante antes de
tudo é a pureza da doutrina. (...)
A posição
sedevacantista é a única conclusão que se impõe, se tomarmos a sério o texto do
Catecismo de São Pio X. O
sedevacantismo não é uma posição incomum ou absurda, ao contrário, deriva da
mentalidade ortodoxa católica, que sempre existiu e que é determinada pelo
ensinamento do Magistério.
Nossa comunidade
não pretende, contudo, abandonar o espírito legitimamente conciliador,
procedente da autêntica caridade sobrenatural, e buscar a polêmica (ainda que
muitas vezes seja legítima e necessária), senão tratar de fazer compreender o
“católico médio” a complexidade das questões em jogo, por uma parte, e por
outra, a relativa simplicidade da posição que é preciso sustentar para
permanecer católico, a saber, em perfeita comunhão com o catecismo.
Excerto do Catecismo
de São Pio X:
§ 2. Sobre a Igreja em particular.
QUE É A IGREJA
CATÓLICA?
A Igreja Católica
é a sociedade ou reunião de todos os batizados que, vivendo na terra, professa a mesma fé e a mesma lei de Jesus Cristo, participa dos mesmos sacramentos e
obedece aos pastores legítimos, especialmente ao Romano Pontífice.
Diga
exatamente o que se necessita para ser membro da Igreja?
Para ser membro
da Igreja, é necessário ser batizado, crer e professar a doutrina de Jesus
Cristo, participar dos mesmos sacramentos, e reconhecer o Papa e aos outros
legítimos pastores da Igreja.
Quem
são os legítimos pastores da Igreja?
Os legítimos
pastores da Igreja são o Romano Pontífice, a saber, o Papa, que é o Pastor
universal, e os bispos. Ademais, os outros sacerdotes, sobretudo os párocos sob
a dependência dos bispos e do Papa, têm sua participação no ofício de pastores.
Por
que se diz que o Romano Pontífice é o Pastor universal da Igreja?
Devido aquilo que
Jesus Cristo disse a Pedro, o primeiro Papa: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e eu te darei as chaves do reino dos céus, e tudo o que
atares na terra será atado no céu, e o que desatares na terra será desatado no
céu”. E também àquilo: “Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas
ovelhas”.
Todas
as sociedades de homens que não reconhecem o Romano Pontífice como seu
superior, pertencem a Igreja de Jesus Cristo?
Não. Todos
aqueles que não reconhecem o Romano Pontífice como seu superior, não pertencem
à Igreja de Jesus Cristo.
COMO
PODEMOS DISTINGUIR A IGREJA DE JESUS CRISTO DAS OUTRAS MUITAS SOCIEDADES OU
SEITAS FUNDADAS PELOS HOMENS QUE SE CHAMAM A SI MESMAS DE CRISTÃS?
Podemos
distinguir a verdadeira Igreja de Jesus Cristo das muitas sociedades ou seitas
fundadas por homens que se autointitulam cristãs, pelas quatro notas: UNA,
SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA.
POR
QUE SE DIZ QUE A IGREJA É UNA?
Porque a
verdadeira Igreja é UNA, porque seus filhos, em qualquer momento e lugar em que
estejam, ESTÃO UNIDOS NA MESMA FÉ, NO MESMO CULTO, NA MESMA LEI, E PARTICIPAM
DOS MESMOS SACRAMENTOS, sob a autoridade do Pastor universal, o Romano Pontífice.
NÃO
PODERIA HAVER MAIS IGREJAS?
Não. Não poderia
haver várias igrejas porque, como há um só Deus, uma só fé e um só batismo, não
há e não pode haver mais que uma só Igreja verdadeira.
Porém
não se chamam também igrejas o conjunto dos fieis de uma nação ou de uma
diocese?
Chamam-se também
igrejas o conjunto de fieis de uma nação ou de uma diocese, mas também são
partes da Igreja universal e com ela formam uma só Igreja.
POR
QUE SE DIZ QUE A VERDADEIRA IGREJA É SANTA?
DIZ-SE QUE A
VERDADEIRA IGREJA É SANTA PORQUE CRISTO, SUA CABEÇA INVISÍVEL É SANTO, PORQUE
MUITOS DE SEUS MEMBROS SÃO SANTOS, E PORQUE SUA FÉ, SUA LEI, E SEUS SACRAMENTOS
SÃO SANTOS E FORA DELA NÃO HÁ NEM PODE HAVER VERDADEIRA SANTIDADE.
Por
que se chama a Igreja de Católica?
A verdadeira
Igreja se chama Católica, que significa universal, porque abarca os fieis de
todos os tempos e de todos os lugares, de todas as idades e de todas as
condições e todos os homens do mundo são chamados a se unir a ela.
http://www.chapelles-sedevacantistes.com/pages/Questce_que_le_sedevacantisme_-2284895.html
Nota
do blogue: Como confirmação do dito acima acerca da
impossibilidade de o Papa ensinar e/ou promover o erro, lembremo-nos da
conclusiva citação de São Francisco de Sales: “o Pastor não
pode conduzir ao erro seus filhos, portanto, os sucessores de São Pedro
têm todos seus mesmos privilégios, que não são anexos à pessoa, mas à dignidade
e ao cargo público”. (Controvérsias, p. II, cap. VI, art. XIV)
“E JAMAIS faz um
mandamento geral a toda Igreja em coisas necessárias senão pela assistência do
Espírito Santo, pois se não falta nem às espécies de animais em coisas
necessárias, porque Ele as estabeleceu, menos faltará ao Cristianismo no que é
necessário para a vida espiritual. E COMO SERIA A IGREJA UNA E SANTA, TAL COMO
AS ESCRITURAS E OS SÍMBOLOS A DESCREVEM? POR QUE SE ELA TIVESSE UM
PASTOR E O PASTOR ERRASSE, COMO SERIA SANTA? E SE NÃO LHE
SEGUISSE, COMO SERIA UNA? E QUE DESORDEM NÃO SE VERIA NO CRISTIANISMO,
SE ALGUNS ACHASSEM E ENCONTRASSEM UMA LEI MÁ E OS OUTROS, BOA, E SE AS OVELHAS
EM LUGAR DE PASTAR E ENGORDAR NOS PASTOS DA ESCRITURA E DA SANTA PALAVRA SE
DISTRAÍSSEM EM FISCALIZAR OS JUÍZOS DO SUPERIOR?” (Controvérsias, p. II,
cap. VI, art. XV)