Segundo Wojtyla (1.º/9/1980), o
conciliábulo Vaticano II tem “um valor único de obrigação”. Este conciliábulo é
– para os conciliares – o concílio por excelência. Tem, aos seus olhos, uma infalibilidade
e um valor de obrigação que ultrapassa e muito a de todos os outros concílios.
Montini (Paulo VI) exclama indignado: “Como pode alguém hoje se comparar a
Santo Atanásio (alusão a Mons. Lefebvre), ousando combater um concílio como o
Vaticano II, que não tem menos autoridade, e que em determinados aspectos é
mais importante que o de Nicéia?” (Montini: Carta a Mons. Lefebvre, 29/6/1975).
Como já expusemos no blogue, não é
possível que um Concílio Ecumênico ou Geral ensine ou promova o erro e/ou a
heresia.
O Vaticano II é o triunfo de uma
corrente herética, chamada “catolicismo liberal” (século XIX), depois
“modernista” (século XX). Os ensinamentos do Vaticano II são contrários à fé e à
moral.
Podemos estabelecer o seguinte
raciocínio: 1.º) UM CONCÍLIO ECUMÊNICO OU GERAL É INFALÍVEL (Vaticano I: Dei
Filius, c. 3), com a condição de que seja confirmado pelo Pontífice Romano
(Codex Iuri Canonici de 1917, cânon 227); 2.º) Pois bem, o Vaticano II foi um
concílio ecumêncio ou geral. PORÉM, ERRA E PROMOVE O ERRO; 3º) Logo, o homem
que confirmou o Vaticano II não foi pontífice romano. Assim, pois, Montini não foi
Papa nem o Vaticano II foi um concílio, mas sim um conciliábulo, isto é, uma
assembleia de ímpios, cujos atos são golpeados de nulidade.
Um Concílio com o Papa está protegido do
erro. Se o Vaticano II se equivoca, isto prova que Montini não foi Papa. Este
raciocínio simples e claro deveria bastar. Certos “tradicionalistas” evitam a
conclusão deste raciocínio (que prova que Montini foi um impostor). Eles
procedem assim: 1º) Recusam o dogma da infalibilidade dos concílios gerais
(imitando assim o heresiarca Lutero); 2º) Dizem, ademais, que o Vaticano II não
havia posto em jogo a infalibilidade. Segundo eles, esta assembleia teve “um
caráter pastoral, porém não dogmático”. Por conseguinte, não haveria nenhuma
decisão infalível; 3º) Concluem: como o Vaticano II não comprometeu sua
infalibilidade, não se pode provar que Montini não foi Papa. Logo, foi Papa.
Esquecem-se de que o próprio Montini no
fim da Dignitatis Humanae aprovou seu
texto, usando a força de sua autoridade suprema de Vigário de Cristo: “Todo o
conjunto e cada um dos pontos que foram decretados nesta declaração agradaram
os Padres. E Nós, pelo poder apostólico a nós confiado por Cristo, em união com
os veneráveis Padres, aprovamos no Espírito Santo, decretamos, estabelecemos e
ordenamos que isto, que foi estabelecido no concílio, seja promulgado para
glória de Deus. Roma, em São Pedro, em 7/12/1965. Eu, Paulo, bispo da Igreja
Católica”.
Assim, a partir do Vaticano II, a
liberdade de cultos faz parte da fé católica, porque ela está contida no
Evangelho. Negá-la, seria, segundo os próprios termos de Montini citados, ir
contra o veredito do Espírito Santo, que falou pelo órgão de um concílio
ecumênico infalível.
Enfim, há somente duas
opções: ou os defensores dos papas conciliares admitem a licitude,
validade e infalibilidade do Concílio Vaticano II, como verdadeiro concílio
ecumênico da Igreja, e por consequência se submetem as suas decisões e
mudanças, emanadas de seu corpo docente, ou negam e rejeitam como um
falso concílio, emanado de uma falsa autoridade/falso papa que o aprovou e
confirmou. Não há meio termo!