terça-feira, 11 de agosto de 2015

Trigésima Nota - O coração de um santo



“Cabe aos grandes corações descobrir a exigência capital dos tempos em que vivem e a ela consagrar-se. (Padre Lacordaire)
O maior de todos os grandes corações é o coração de um santo. Porque, não contente de se oferecer ao próximo e ao estranho, a toda a humanidade sofredora, pecadora ou hostil, é ao próprio Deus que pretende conter.
Nunca, como de dois séculos para cá, se ouve falar com tanta insistência do amor pelos homens. E, no entanto, nunca se viu ambicionar tão ferozmente os bens terrenos, como se esses bens fossem inesgotáveis, devidos a todos sem medida, como se essa ambição desenfreada encontrasse à sua frente campo aberto e não devesse mais tarde ou mais cedo chocar-se a uma centena de ambições rivais que, por sua vez, exigirão a sua parte, isto é, o tudo que o mundo – que concede tão pouco – pode conceder.
Na origem do desejo insaciável, estão todas as crueldades, a inveja, o ódio, a revolta, a guerra, e a caridade só começa onde o desejo começa a renunciar-se a si mesmo.”
(O Santo Cura d’Ars – Henri Ghéon)