“Cabe aos grandes corações descobrir a
exigência capital dos tempos em que vivem e a ela consagrar-se. (Padre Lacordaire)
O maior de todos os grandes corações é
o coração de um santo. Porque, não contente de se oferecer ao próximo e ao
estranho, a toda a humanidade sofredora, pecadora ou hostil, é ao próprio Deus
que pretende conter.
Nunca, como de dois séculos para cá, se
ouve falar com tanta insistência do amor pelos homens. E, no entanto, nunca se
viu ambicionar tão ferozmente os bens terrenos, como se esses bens fossem
inesgotáveis, devidos a todos sem medida, como se essa ambição desenfreada
encontrasse à sua frente campo aberto e não devesse mais tarde ou mais cedo
chocar-se a uma centena de ambições rivais que, por sua vez, exigirão a sua
parte, isto é, o tudo que o mundo – que concede tão pouco – pode conceder.
Na origem do desejo insaciável, estão
todas as crueldades, a inveja, o ódio, a revolta, a guerra, e a
caridade só começa onde o desejo começa a renunciar-se a si mesmo.”
(O Santo Cura d’Ars –
Henri Ghéon)