"Há os que pensam e até ensinam que o mérito do Padre está em
se dedicar inteiramente ao serviço do próximo. E, por isso, não dão importância
às virtudes que contribuem para a santificação pessoal, que chamam por isto
mesmo virtudes passivas. E julgam que devem consagrar todas as suas forças e
todo o zelo a cultivar e praticar as virtudes ativas. Esta doutrina é
singularmente errônea e perniciosa. É dela que Nosso Predecessor de feliz
memória escreveu com muita sabedoria (Epíst. Testem Benevolentiae, ao Arceb. de
Baltimore, de 22-I-1889): 'Pretender que as virtudes cristãs variem com as
épocas é esquecer as palavras do Apóstolo: aos que conheceu de antemão, também
os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho (Rm. 8, 29). O Mestre
e modelo de toda santidade é Cristo. E quem quiser entrar na mansão dos
bem-aventurados por Ele se deve regular. Ora, Cristo não muda no decorrer dos
séculos. É o mesmo ontem e hoje, o mesmo em todos os séculos (Hb. 13, 8). Aos
homens de todas as épocas dirige-se esta palavra: Apreendei de Mim que sou
manso e humilde de coração. Por nós e para todos os tempos Cristo se mostrou
obediente até à morte: feito obediente até a morte (Fp. 2, 8). Vale para todos
os tempos a sentença do Apóstolo os que são de Cristo, crucificaram sua carne
com seus vícios e concupiscências (Gl. 5, 24)'."
(São Pio X, Encíclica
"Haerent animo", de 4-VIII-1908).