sábado, 30 de junho de 2018

368ª Nota - Verdades Esquecidas_1



Quantos naufragaram por dar crédito às novidades profanas!
S. PIO X: Vivemos - ai de nós! - num tempo em que se acolhem e adotam com grande facilidade certas idéias de conciliação da Fé com o espírito moderno, idéias que levam muito mais longe do que se pensa: não somente ao enfraquecimento mas à perda total da fé. Não mais causa espanto ouvir pessoas que se deleitam com as palavras muito vagas de aspirações modernas, de força do progresso e da civilização, afirmando a existência de uma consciência laica, de uma consciência política, oposta à consciência da Igreja, contra a qual, por direito e por dever, se pretende reagir para corrigi-la e reerguê-la. Não provoca estranheza encontrar pessoas que exprimem dúvidas e incertezas sobre as verdades, e mesmo afirmam obstinadamente erros manifestos, cem vezes condenados, e que apesar disso se persuadem de não se terem nunca afastado da Igreja, porque algumas vezes seguiram as práticas cristãs. Ó! quantos navegadores, quantos pilotos e — Deus não o permita — quantos capitães, que, por darem crédito às novidades profanas e à ciência mentirosa do tempo, em lugar de chegarem ao porto naufragaram! — (Alocução de 27-V-1914, por ocasião da imposição do barrete aos novos Cardeais).

Não se favoreçam associações operárias mistas onde elas possam ser católicas
S. PIO X: Quanto às associações operárias, embora seu fim seja proporcionar vantagens temporais aos seus membros, só merecem, entretanto, aprovação sem reserva e devem ser tidas como as mais próprias a assegurar os interesses verdadeiros e permanentes de seus membros, aquelas que foram fundadas tomando por base principal a Religião Católica, e que seguem abertamente as diretrizes da Igreja; - Nós o temos declarado frequentemente, sempre que se Nos tem oferecido ocasião num país ou noutro. Em consequência, é necessário estabelecer e favorecer de todos os modos esse gênero de associações confessionais católicas, como são chamadas, certamente nas regiões católicas, e também em todas as outras regiões em qualquer lugar onde parecer possível atender por meio delas às necessidades diversas dos associados. — (Carta Encíclica "De Consociationibus opificum catholicis et mistas", de 24-IX-1912, ao Cardeal Jorge Kopp, Bispo de Breslau, e aos demais Arcebispos e Bispos da Alemanha).

A França terá sua via de Damasco
S. PIO X: Que vos diremos agora, filhos da França, que gemeis sob o peso da perseguição? O povo que fez aliança com Deus nas fontes batismais de Reims se arrependerá e retornará à sua vocação primitiva. Os méritos de tantos filhos seus que pregam a verdade do Evangelho quase em todo o mundo, tendo-a selado muitos com o próprio sangue, as orações de tantos Santos que desejam ardentemente ter em sua companhia na glória celeste os irmãos, muito amados, de sua Pátria, a piedade generosa de tantos filhos seus que, sem recusar nenhum sacrifício, provêem à dignidade do Clero e ao esplendor do culto católico, e, acima de tudo, os gemidos de tantas crianças que, diante dos tabernáculos, expandem a alma com as expressões que o próprio Deus lhes coloca nos lábios, atrairão certamente sobre esta nação as misericórdias divinas. As faltas não ficarão impunes, mas não perecerá nunca a filha de tantos méritos, de tantos suspiros e de tantas lágrimas.
Dia virá, e esperamos que não esteja muito afastado, em que a França, como Saulo no caminho de Damasco, será envolvida por uma luz celeste e escutará uma voz que lhe repetirá: "Minha filha, porque Me persegues?" E à resposta: "Quem és tu, Senhor?" a voz replicará: "Sou Jesus, a Quem persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão, porque em tua obstinação te arruínas a ti mesma". E ela, trêmula e admirada, dirá: "Senhor, que quereis que eu faça?" E Ele: "Levanta-te, lava as manchas que te desfiguraram, desperta em teu seio os sentimentos adormecidos e o pacto da nossa aliança, e vai, filha primogênita da Igreja, nação predestinada, vaso de eleição, vai levar, como no passado, meu nome diante de todos os povos e de todos os reis da terra". — (Alocução Consistorial "Vi ringrazio", de 29-XI-1911).

O sopro da revolução impele a renegar as glórias passadas da Santa Igreja
S. PIO X: Temos sobre este estado de espírito (dos membros do "Sillon") o testemunho de fatos dolorosos, capazes de arrancar lágrimas, e não podemos, apesar de Nossa longanimidade, reprimir um justo sentimento de indignação. Pois que! Há quem inspire à vossa juventude católica a desconfiança para com a Igreja, sua Mãe; ensina-se-lhe que, decorridos dezenove séculos, Ela ainda não conseguiu, no mundo, construir a sociedade sobre suas verdadeiras bases; que Ela não compreendeu as noções sociais da autoridade, da liberdade, da igualdade, da fraternidade e da dignidade humana; que os grandes Bispos e os grandes Monarcas que criaram e tão gloriosamente governaram a França, não souberam dar ao seu povo nem a verdadeira justiça, nem a verdadeira felicidade, porque eles não tinham o ideal do "Sillon"!
O sopro da Revolução passou por aí, e podemos concluir que, se as doutrinas sociais do "Sillon" são erradas, seu espírito é perigoso e sua educação funesta. — Carta Apostólica "Notre Charge Apostolique", de 25-VIII-1910).
(Extraído de Catolicismo n° 62, fevereiro de 1956)