Pode-se
ir para o Céu sem ter missa católica, mas não se pode ir para o Céu sem ter Fé
Católica. Agora, Ratzinger lhes dará a Missa, mas ele lhes dará a fé? Aqueles
que aceitarem sua generosa oferta estarão livres para condenar o Novus Ordo, os
erros do Vaticano II e os falsos ensinamentos dos pseudopapas pós-conciliares?
Desde os inícios do século XIX, o modernismo buscou
criar uma religião que estivesse divorciada do dogma, mas que, não obstante,
satisfizesse o “sentido religioso” do homem. É irônico que essa religião “autocontraditória”
e livre de dogmas esteja agora plenamente realizada no Motu Proprio da missa de
Ratzinger.
A contribuição pessoal de Joseph Ratzinger à longa
lista de erros do Vaticano II é a sua heresia da “Frankenchurch” (Igreja
Frankenstein). Para ele, a Igreja é uma “comunhão”: um tipo de igreja
ecumênica, uma única igreja mundial, a qual pertencem igualmente católicos
cismáticos e hereges, onde cada um possui “elementos” da igreja de Cristo, seja
“plena” ou “parcialmente”. Segundo seu catecismo, todos fazem parte de um
grande e feliz “Povo de Deus”.
Para os defensores da Missa do Motu Proprio:
“Não é necessário dizer que, a fim de experimentar plena comunhão, os
sacerdotes das comunidades que aderem ao uso antigo não podem, por princípio,
excluir celebrar de acordo com os novos livros. A exclusão total do novo rito
não seria, de fato, coerente com o reconhecimento de seu valor e santidade”
(Ratzinger).
E certamente há um preço a pagar.
De acordo com o Motu Proprio de Ratzinger e a sua
carta adjunta, o Novus Ordo – o sacrilégio ecumênico, protestante, modernista,
que destruiu a fé católica em todo o mundo – é a “expressão ordinária da lei da
oração da Igreja Católica”. A Missa Tridentina do Motu Proprio – a verdadeira
Missa – é meramente “extraordinária”. A nova e a
antiga são simplesmente dois usos do mesmo rito romano. Se você aceita a Missa
do Motu, você compra tudo isso e se converte em um membro assalariado da Igreja
ecumênica mundialista de Ratzinger.
Os "tradicionalistas" que promoveram a Missa do
Motu Proprio considerarão sua aprovação como uma clamorosa derrota para o modernismo.
Na verdade, ocorreu outra coisa: com a Missa do Motu Proprio, os
modernistas agora terão a colaboração dos tradicionalistas incautos em seu
próprio programa subjetivista. O Papa São Pio X condenou o modernismo, porque
(entre outras coisas) rejeitava o dogma e exaltava o “sentimento religioso” do
fiel. E todos os pronunciamentos vaticanos que autorizam o uso da Missa
Tradicional – desde o indulto de 1984 em diante – fazem-no sobre a base de
categorias modernistas sorrateiras e subjetivas como “diferente sensibilidade”,
“sentimentos”, “diversidade legítima”, “gosto”, “distintos carismas”,
“expressões culturais”, “apego”, etc.
Ratzinger toca agora repetidamente neste tema:
“apego”, “afeição”, “cultura”, “familiaridade”, “elementos de identidade”, “caro
a eles”, “atração”, “forma de encontro”, e “sacralidade que atrai”. Tudo se
reduz ao subjetivo. Digam os tradicionalistas que o promoveram o que disserem.
Para Ratzinger, a Missa do Motu Proprio simplesmente os converte em uma cor a
mais em seu arco-íris do Vaticano II.