sábado, 3 de agosto de 2019

429ª Nota - Ratzinger e o Motu Proprio



Pode-se ir para o Céu sem ter missa católica, mas não se pode ir para o Céu sem ter Fé Católica. Agora, Ratzinger lhes dará a Missa, mas ele lhes dará a fé? Aqueles que aceitarem sua generosa oferta estarão livres para condenar o Novus Ordo, os erros do Vaticano II e os falsos ensinamentos dos pseudopapas pós-conciliares?
Desde os inícios do século XIX, o modernismo buscou criar uma religião que estivesse divorciada do dogma, mas que, não obstante, satisfizesse o “sentido religioso” do homem. É irônico que essa religião “autocontraditória” e livre de dogmas esteja agora plenamente realizada no Motu Proprio da missa de Ratzinger.
A contribuição pessoal de Joseph Ratzinger à longa lista de erros do Vaticano II é a sua heresia da “Frankenchurch” (Igreja Frankenstein). Para ele, a Igreja é uma “comunhão”: um tipo de igreja ecumênica, uma única igreja mundial, a qual pertencem igualmente católicos cismáticos e hereges, onde cada um possui “elementos” da igreja de Cristo, seja “plena” ou “parcialmente”. Segundo seu catecismo, todos fazem parte de um grande e feliz “Povo de Deus”.
Para os defensores da Missa do Motu Proprio: “Não é necessário dizer que, a fim de experimentar plena comunhão, os sacerdotes das comunidades que aderem ao uso antigo não podem, por princípio, excluir celebrar de acordo com os novos livros. A exclusão total do novo rito não seria, de fato, coerente com o reconhecimento de seu valor e santidade” (Ratzinger).
E certamente há um preço a pagar.
De acordo com o Motu Proprio de Ratzinger e a sua carta adjunta, o Novus Ordo – o sacrilégio ecumênico, protestante, modernista, que destruiu a fé católica em todo o mundo – é a “expressão ordinária da lei da oração da Igreja Católica”. A Missa Tridentina do Motu Proprio – a verdadeira Missa – é meramente “extraordinária”. A nova e a antiga são simplesmente dois usos do mesmo rito romano. Se você aceita a Missa do Motu, você compra tudo isso e se converte em um membro assalariado da Igreja ecumênica mundialista de Ratzinger.
Os "tradicionalistas" que promoveram a Missa do Motu Proprio considerarão sua aprovação como uma clamorosa derrota para o modernismo. Na verdade, ocorreu outra coisa: com a Missa do Motu Proprio, os modernistas agora terão a colaboração dos tradicionalistas incautos em seu próprio programa subjetivista. O Papa São Pio X condenou o modernismo, porque (entre outras coisas) rejeitava o dogma e exaltava o “sentimento religioso” do fiel. E todos os pronunciamentos vaticanos que autorizam o uso da Missa Tradicional – desde o indulto de 1984 em diante – fazem-no sobre a base de categorias modernistas sorrateiras e subjetivas como “diferente sensibilidade”, “sentimentos”, “diversidade legítima”, “gosto”, “distintos carismas”, “expressões culturais”, “apego”, etc. 
Ratzinger toca agora repetidamente neste tema: “apego”, “afeição”, “cultura”, “familiaridade”, “elementos de identidade”, “caro a eles”, “atração”, “forma de encontro”, e “sacralidade que atrai”. Tudo se reduz ao subjetivo. Digam os tradicionalistas que o promoveram o que disserem. Para Ratzinger, a Missa do Motu Proprio simplesmente os converte em uma cor a mais em seu arco-íris do Vaticano II.