segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

281ª Nota - Sobre os Concílios Ecumênicos



No excelente livro “Porque somos catholicos e não protestantes? Discussão á luz da Escriptura Sagrada, do bom senso e dos factos” (2ª Edição Brasileira, 1937), escrito por um sacerdote escocês antes do Concílio Vaticano I (!), com reimprima-se do Arcebispo Metropolitano de Fortaleza (Ceará), dom Manoel da Silva Gomes, em 1/6/1937, temos claro e perfeito o ensinamento do Magistério da Santa Igreja sobre os Concílios, e confirmado até Pio XII. Portanto, tudo o que contraria este ensinamento não é católico. Serve mui utilmente como refutação às falsas noções tão obsessivamente postadas e conclamadas em ambientes conservadores e que se afirmam tradicionalistas.

***
CAPÍTULO IX
DOS CONCÍLIOS – SUA AUTORIDADE

P. – Quantas espécies de Concílios há?
R. – Há duas espécies: os Concílios gerais e os particulares.

P. – Que é um Concílio geral ou ecumênico?
R. – É uma assembleia de Bispos, para a qual são convidados todos os Bispos do mundo e a que preside o Papa ou os seus Legados, ou, pelo menos, é aprovada e confirmada por ele.

P. – Que é um Concílio particular, nacional ou provincial?
R. – É uma assembleia de Bispos, para a qual são convidados todos os Bispos de uma nação ou de uma província.

P. – PODE UM CONCÍLIO ENGANAR-SE EM MATÉRIA DE FÉ?
R. – UM CONCÍLIO GERAL OU ECUMÊNICO É INFALÍVEL EM MATÉRIA DE FÉ. Não se dá o mesmo com um Concílio particular.

P. – POR QUE DIZEIS QUE UM CONCÍLIO GERAL É INFALÍVEL?
R. – PORQUE, SE UM CONCÍLIO GERAL ERRASSE EM MATÉRIA DE FÉ, TODA A IGREJA CAIRIA NO ERRO. ORA, ISTO NÃO PODE SER, PORQUE AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO JAMAIS CONTRA ELA.

P. – POR QUE DIZEIS QUE A IGREJA INTEIRA SE ENGANARIA, SE UM CONCÍLIO GERAL ENSINASSE O ERRO?
R. – PORQUE OS BISPOS REUNIDOS EM UM CONCÍLIO GERAL E UNIDOS AO PAPA SÃO A PRÓPRIA VOZ DA IGREJA, QUE TODOS OS FIEIS OUVEM COM RESPEITO E QUE, POR CONSEQUÊNCIA, NÃO PODERIA ENGANÁ-LOS, SEM QUE TODA A IGREJA CAÍSSE NO ERRO.

P. – Como devemos considerar a decisão de um Concílio Geral?
R. – Como a decisão do Espírito Santo. Isto resulta evidentemente da maneira por que se exprimiu São Pedro no decreto do Concílio de Jerusalém (Atos. 15, 28): “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...”

P. – É grande pecado não se submeter a um Concílio Geral?
R. – É um ato de orgulho e da presunção mais criminosa, e também uma heresia ou um cisma, e, algumas vezes, uma e outra coisa. É um ato tão criminoso como insensato. Com efeito, aquele que não quer submeter-se a um Concílio, prefere a sua própria opinião em matéria, nas quais não tem nem a capacidade, nem o direito de julgar, à decisão maduramente deliberada de uma imensa assembleia dos juízes mais competentes e mais legítimos.

P. – NÃO SE PODE DIZER QUE NÃO SOMOS OBRIGADOS A ACEITAR AS DECISÕES DE UM CONCÍLIO GERAL, SE NÃO FOREM CONFORMES À PALAVRA DE DEUS?
[A resposta abaixo refuta clara e taxativamente as fortuitas e fantasiosas teorias sobre Concílio Ecumênico, reiteradamente propostas pelos conservadores e, precipuamente, pelos tradicionalistas de muitos matizes.]
R. – É ISTO UM SOFISMA, PORQUE É SUPOR QUE A IGREJA PODE ENSINAR O QUE É OPOSTO À PALAVRA DE DEUS. ORA, ISTO É IMPOSSÍVEL, PORQUE DEUS FALTARIA A SUA PALAVRA. SEU ESPÍRITO SANTO NÃO ENSINARIA, COMO PROMETEU A SUA IGREJA, TODA A VERDADE E PARA SEMPRE; AS PORTAS DO INFERNO PREVALECERIAM CONTRA ELA. DEUS NÃO DISSE AOS HOMENS QUE SE GUIASSEM PELO QUE JULGASSEM CONFORME À ESCRITURA. MANDOU AOS SEUS MINISTROS QUE ENSINASSEM A TODAS AS NAÇÕES E DISSE AOS HOMENS QUE AQUELE QUE NÃO CRESSE NELES SERIA CONDENADO.

P. – Que disse São Paulo aos amigos Bispos da Igreja?
R. – “Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, do qual o Espírito Santo vos constituiu Bispos, a fim de governardes a Igreja de Deus” (Atos. 20, 28). Os Bispos devem, pois, governar a Igreja com a assistência do Espírito Santo, e não poderiam fazê-lo, se não fossem capazes de discernir, com a maior certeza, as verdadeiras e as falsas doutrinas.

P. – Pode um Concílio Geral fazer novos artigos de fé?
R. – Os Concílios Gerais são Juízes infalíveis nas matérias de fé. Podem, portanto, erigir em dogma ou artigo de fé uma verdade contida na Escritura ou na Tradição, mas não admitida, até então, como dogma ou artigo de fé, isto é, declarar que esta verdade é revelada por Deus e propô-la à fé dos cristãos que, sob pena de se tornarem hereges, devem submeter-se a tal decisão. [Nota do blogue: o infalível Concílio de Trento foi majoritariamente pastoral. Portanto, o fato de um concílio ser apenas pastoral não segue como conclusão que não seja infalível. Muito pelo contrário!]

[Portanto, há somente duas opções: ou os defensores dos papas conciliares admitem a licitude, validade e infalibilidade do Concílio Vaticano II, como verdadeiro concílio ecumênico da Igreja, e por consequência se submetem as suas decisões e mudanças, emanadas de seu corpo docente, ou negam e rejeitam como um falso concílio, emanado de uma falsa autoridade/falso papa que o aprovou e confirmou. Não há meio termo! (Nota do blogue)].