“Jesus Cristo outorga ao Papa a
imortalidade. O Papa morre... porém, notem que a imortalidade não é uma regra
nem um privilégio pessoal. Sobrevive ao homem que desaparece... O Papa morreu.
Viva o Papa!” (Monsenhor Gibier, A Igreja e sua obra, Vol. 4, 1905.)
A ausência de um Papa não significa que
a Igreja cessou de existir ou que as portas do Inferno prevaleceram sobre ela,
porque a instituição apostólica é perpétua e por natureza imortal. ISTO NÃO É
UMA OPINIÃO, É A DOUTRINA CATÓLICA, DE SENTIDO COMUM.
Com efeito, se a Igreja deixasse de
existir na vacância da Sede Apostólica, significaria logicamente que desapareceu
mais de 250 vezes desde seu começo (já que as vacâncias da Sede Apostólica ocorreram mais de 250 vezes com a morte dos Sumos Pontífices na história da Igreja).
Quem apoiaria semelhante absurdo? Sede Pontifícia e Igreja Católica Pontifícia
continuam temporalmente sem o Papa, e independe da duração da vacância. A Igreja
visível fica às vezes privada do Papa. Isto não está em contradição com a
doutrina católica.
Assim o diz o Código de Direito Canônico
de 1917, promulgado pelo Papa Benedito XV: “A Igreja Católica e a Sede
Apostólica são pessoas morais” (Cânon 100). “Uma pessoa moral de direito
eclesiástico é por natureza perpétua” (Cânon 102). Assim, por ser de natureza perpétua, a
Igreja Católica não pode desaparecer, ainda que esteja temporalmente privada do
Papa.
Dom Guéranger: “[...]
Que Décio, por sua violência, produza a vacância da Sede no assédio a Roma por
quatro anos, que surja um cisma com antipapas gozando de certo apoio popular,
ou pela política dos príncipes, se questiona durante um tempo a legitimidade de
alguns papas, o Espírito Santo permitirá a prova, e assim a fé dos fieis se
fortalecerá enquanto dure, e, por último, no tempo assinalado, virá o eleito, e
a Igreja o receberá com aclamação.” (Ano Litúrgico, ed., 1867, Quarta-feira de Pentecostes)
Cardeal Billot: “Deus pode
permitir que a Sede Apostólica permaneça vacante durante muito tempo.” (De Ecclesia)
O Papa Paulo IV estabeleceu
que a vacância pode durar muito tempo. Se um usurpador fosse eleito
ilegitimamente, a sede estaria vacante “qualquer que fosse a duração desta
situação” (Cum Ex Apostolatus, § 6).
Ademais, a vacância atual foi predita e
anunciada por Nosso Senhor Jesus Cristo, por vários Papas, como Leão XIII,
assim como por importantes prelados, como o Cardeal Pio e Monsenhor de Ségur.
O Papa Leão XIII disse: “A Igreja,
esposa do Cordeiro Imaculado, estará cheia de amargura e envenenada pelos mais
astutos inimigos, eles porão suas mãos ímpias sobre as coisas mais sagradas.
Onde estava estabelecida a Sede de São Pedro e a Cátedra da Verdade, ali porão
o trono de usa abominável impiedade, para que ferido o pastor, as ovelhas se dispersem.” (Exorcismo
de Leão XIII contra Satanás e os anjos apóstatas, 1884)
“Segundo o ensinamento dos apóstolos,
disse a voz dos séculos, virá um dia em que Satanás, cheio de raiva contra
Cristo e os cristãos, recuperará o terreno perdido, imporá sua vontade e
estenderá seu reinado até os mais distantes locais. Então, irá contra Roma,
porque ela é sua inimiga e a Sede dos Papas. Ele se erigirá em Mestre da
Igreja, expulsará ao Vigário de Jesus Cristo, perseguirá os verdadeiros crentes
e acabará com os religiosos e sacerdotes.” (Cornélio a Lapide, Suárez, São
Roberto Belarmino: citados por Monsenhor Gaume, A Situação, p. 28,
1860)
“Cristo permitirá que o
Anticristo, cabeça dos cismáticos, chegue a se sentar no Templo de Deus, e
que seus membros (os verdadeiros cristãos) sejam desterrados, e os que não são
seus membros ocupem a sede de Pedro.” (Pedro, o Venerável, De miraculis
libri duo, Libro II, c.16, Bol. T.14, página 473)
Assim, deveríamos saber que
prevalecer significa a vitória final. Jesus Cristo nunca disse que o
inferno não obteria vitórias, senão que anunciou que as “portas do inferno não
prevaleceriam sobre a Igreja”. Porém, também disse: “Quando o Filho
do Homem vier a terra encontrará nela a fé?” (São Lucas, XVIII, 8)
“As
portas do inferno não prevalecerão sobre a Igreja. Eis aqui o alcance da
palavra divina: a Igreja, edificada sobre Pedro, apesar da violência e da astúcia
estabelecida pelos seus inimigos visíveis e invisíveis, nunca sucumbirá nem
falhará de maneira alguma.” (Encíclica Satis Cognitus)
(Extraído do blogue Amor de la Verdad)