sexta-feira, 25 de novembro de 2016

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

271ª Nota - Utilização das igrejas conciliares



Terribilis est locus iste: Hic domus Dei est, et port cæl: Et vocabitur aula Dei (Gen. 28, 17) 
Intróito da Missa de Dedicação de uma Igreja

As peregrinações da FSSPX feitas em santuários foi uma oportunidade para alguns tomarem consciência de uma evidente e trágica perda do sentido do sagrado no seio da obra de Monsenhor Lefebvre.  No passado, os quatro bispos da FSSPX estiveram na basílica de São Pio X, ao pé de um “Cristo” moderno de metal e de um altar conciliar. Isto nos permite perguntar se podemos utilizar as igrejas conciliares, evidentemente profanadas? Queremos pensar que os superiores da FSSPX não consideram esta atitude como secundária e sem importância.

Em 2005, no santuário de Lourdes, houve um concerto de rock e missa nova na igreja Santa Bernadete! O Distrito da França (FSSPX), em seguida, fez uma declaração na qual pedia que “este ato profano fosse denunciado”, acrescentando que, de acordo com vários artigos da lei canônica, “a injúria deve ser reparada” antes da celebração de um novo culto litúrgico.

Portanto, a FSSPX reconheceu a profanação realizada e afirmou a necessidade de realizar um ato de reparação, uma “cerimônia de reconciliação”, antes de celebrar um novo culto litúrgico.

Infelizmente essas grandes lições canônicas (*) que a FSSPX deu aos conciliares não foram seguidas por ela mesma, já que celebrou várias missas nesta igreja Santa Bernadete profanada, especialmente durante a peregrinação de Cristo-Rei de 2007, como também por ocasião da peregrinação de todas as escolas dominicanas de Fanjeaux, nos dias 30 e 31 de maio com o padre Simoulin! Nesta ocasião, a pseudoigreja Santa Bernadete foi dividida em duas partes por uma divisória de estuque. De um lado, havia missa da Fraternidade, e do outro, os encontros modernistas com música eletrônica de fundo. Durante estes dois dias, o altar foi utilizado pela Fraternidade e pelos modernistas conciliares! Todos esses escândalos aos olhos de centenas de alunos das escolas dominicanas!
(página não encontrada?!)

E o pior, a Direção da FSSPX insiste em celebrar a santa missa nestes lugares profanados. Dom Lefebvre jamais organizou algo assim! Ele sabia o porquê. 

Uma igreja é profanada, entre outras causas, quando afetada pelo uso profano e sacrílego. Aliás, quando profanada uma igreja, até que tenha sido reconciliada, o seu uso é proibido para celebrar missas, administrar sacramentos, etc. Apesar de todos os sacrilégios em santuários (missas ímpias, cerimônias ecumênicas, concertos de rock, cultos heterodoxos, etc), os fieis da FSSPX estão se acostumando a frequentar tais lugares de maneira quase indiferente. Todas estas basílicas, todos estes altares e sacrários foram profanados, e não houve quaisquer reconciliações.

(*) CODE DE 1917: "Can. 1172 § 1 : Une église est profanée par les actes énumérés ci-dessous, pourvu qu'ils soient certains, notoires et aient été posés dans l'église : (...) 3° Les usages impies ou sordides auxquels l'église a été affectée."

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

270ª Nota - Dom Marcel Lefebvre: A Igreja Conciliar não é a Igreja de Cristo


“Eu vos pergunto: onde estão os verdadeiros sinais da Igreja? Estão eles na Igreja oficial (não se trata de Igreja visível, mas da Igreja oficial) ou conosco, no que representamos, no que somos? É evidente que somos nós que guardamos a unidade da fé, que desapareceu da Igreja oficial. Um Bispo acredita nisso, outro já não acredita, a fé é diversa, seus catecismos abomináveis estão cheios de heresias. Onde está a unidade da fé em Roma?

Onde está a unidade da fé no mundo? Fomos nós que a guardamos. A unidade da fé espalhada no mundo inteiro é a catolicidade. Ora, esta unidade da fé no mundo inteiro, não existe mais, não existe mais catolicidade. Existem tantas Igrejas católicas quantos Bispos e Dioceses. Cada um possui sua maneira de ver, de pensar, de pregar, de fazer seu catecismo. Não existe mais catolicidade.

E a Apostolicidade? Eles romperam com o passado. Se eles fizeram algo, foi exatamente isso. Eles não desejam mais o que é anterior ao Concílio Vaticano II. Vede o Motu Proprio do Papa que nos condena, ele diz muito bem: “a Tradição viva é o Vaticano II”: não se deve reportar mais a fatos anteriores ao Vaticano II, isso não significa nada. A Igreja guarda a Tradição de século em século. O que passou passou, desapareceu. Toda a Tradição encontra-se na Igreja de hoje. Qual é esta Tradição? A que ela se liga? Como ela se liga ao passado?

É o que lhes permite dizer o contrário do que foi dito outrora, sempre pretendendo que somente eles guardaram a Tradição. É o que nos pede o Papa: que nos submetamos à Tradição viva. Nós possuiríamos um conceito equivocado de Tradição, visto que ela é viva e evolutiva. Mas, isto é o erro modernista: o Santo Papa Pio X, na encíclica Pascendi, condenou estes termos: “Tradição viva, Igreja viva, fé viva”, etc, no sentido que os modernistas os entendem, ou seja, da evolução que depende das circunstâncias históricas. A verdade da Revelação, a explicação da Revelação, dependeria das circunstâncias históricas.

A Apostolicidade: nós nos vinculamos aos Apóstolos pela autoridade. Meu sacerdócio vem através dos Apóstolos; vosso sacerdócio vem através dos Apóstolos. Nós somos filhos daqueles que nos deram o episcopado. Nosso episcopado descende do Santo Papa Pio V e através dele chegamos até aos Apóstolos. Quanto à Apostolicidade da fé, nós cremos na mesma fé que foi a dos Apóstolos. Nós não mudamos nada e nem queremos mudar nada.

E, enfim, a santidade. Não nos faremos louvores e cumprimentos. Se não quisermos considerar a nós mesmos, consideremos os outros, e consideremos os frutos de nosso apostolado, os frutos vocacionais, de nossas religiosas e também dentro das famílias cristãs. Boas e santas famílias cristãs germinam, graças a vosso apostolado. É um fato, ninguém o pode negar.

Tudo isso mostra que somos nós que possuímos os sinais da Igreja visível. Se ainda existe uma visibilidade da Igreja hoje em dia, é graças a vós. Estes sinais, não se encontram mais nos outros. Não existe mais neles unidade da fé; ora, é precisamente a fé que é a base de toda a visibilidade da Igreja.

A catolicidade é a fé no espaço. A Apostolicidade é a fé no tempo, e a santidade é o fruto da fé, que se concretiza nas almas pela graça do bom Deus, pela graça dos sacramentos”.
( DOM MARCEL LEFEBVRE)

Agora, se esta declaração fosse dita por um bispo assumidamente sedevacantista, que valor dariam a ela os semitradicionalistas?...

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

269ª Nota - Diálogo Ascético


Disse o irmão:
– Bem o disseste, pai, e agora te suplico que também me digas como a continência extingue a concupiscência. 
Respondeu-lhe o ancião:
– Porque faz com que nos abstenhamos de todas aquelas coisas que não satisfazem uma necessidade, senão que somente produzem prazer; e faz com que não participemos de nenhuma outra coisa senão as necessárias para viver; e faz buscar não as coisas agradáveis, mas as necessárias; mede a comida e a bebida de acordo com a necessidade, e não permite ao corpo uma moleza supérflua; e também só a vida do corpo, protegendo-o da perturbação do impulso carnal. É assim que a continência extingue a concupiscência. O prazer e a saciedade dos alimentos e bebidas reaquecem o ventre e acendem o impulso para o desejo vergonhoso, e impelem o animal inteiro à união ilegítima. Então se tornam impudicos os olhos, e sem freio a mão, e diz coisas a língua que afagam o ouvido, e acolhe o ouvido palavras vãs, e despreza a Deus, e comete a alma, mentalmente, o adultério, incitando o corpo à ação ilícita.  

(São Máximo, o Confessor, em Centúrias sobre a Caridade e outros Escritos Espirituais)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

268ª Nota - Os tradicionalistas e Francisco Bergoglio


A primeira rotina dos Reconhecer & Resistir é seguir teólogos equivocados (Suarez, Caetano e João de Santo Tomás), que afirmam que um Papa herege tem que ser levado a Juízo antes de perder o cargo. Porém, este ensinamento foi posteriormente abandonado pelos teólogos, que adotaram a posição de São Roberto Belarmino (o Doutor máximo em eclesiologia, cujo ensinamento foi canonizado substancialmente por Pio XII, em sua encíclica Mystici Corporis Christi); foi rejeitado por Paulo IV em sua Bula Cum Ex Apostolatus Officio; leva a um absurdo, porque, em nossos dias, teríamos que esperar que os “cardeais” hereges julgassem um “Papa” herético.

A segunda rotina dos R&R é discutir a questão equivocada, a saber, perda do cargo por um Papa herege, quando atualmente os sedevacantistas argumentam que Bergoglio não poderia ter-se convertido em um verdadeiro Papa já no começo de seu “papado”.

Aqui estamos falando de: 1) O ensinamento dos canonistas que afirmam que um herege público está impedido pela lei divina de chegar a ser um verdadeiro Papa; 2) Os R&R confundem o pecado de heresia com o delito canônico de heresia; 3) Os R&R criaram a figura do “amigo ortodoxo”, a saber, você não pode ser herege, se não for advertido por alguém; 4) Heresia material versus heresia formal: Pio XII, em sua encíclica Mystici Corporis (1943), providencialmente fechou a última via de escape dos R&R.

Apesar de os R&R fazerem de tudo para defender a ideia de que Jorge Bergoglio é verdadeiramente o Papa da Igreja Católica, ao mesmo tempo insistem que a validez de seu papado nada significa – não tem efeito prático em nossas vidas –, para assim não pôr em perigo a saúde e a salvação das almas. Em outras palavras, Francisco poderia não ser Papa; e mais, melhor seria que não o fosse.

Por analogia, pode-se dizer que se o sedevacantista sustenta que o lobo não pode ser o pastor, precisamente porque é um lobo, a posição da “Resistência”, ao contrário, afirma que o lobo pode ser o pastor, porém, o fato de ser ou não o pastor em nada importa, ou melhor, as ovelhas têm obrigação de proteger-se do pastor. Adivinhem qual destas duas posições é a única compatível com a doutrina católica? 

São Roberto Belarmino acertou quando disse “a Igreja estaria na pior das condições, se estivesse obrigada a reconhecer o lobo, que está manifestamente à espreita, como se fosse o pastor” (em “O Romano Pontífice”, Livro II, Cap. 30). De fato, parece que a única coisa que supera os esforços gigantescos feitos pelos semitradicionalistas para defender a reclamação de Francisco ao papado, é seu incansável labor para reforçar a ideia de que este Papa supostamente válido e autêntico deve sofrer resistência, ser ignorado, contradito e neutralizado de todas as maneiras possíveis, para que seu ensinamento, suas leis disciplinares, seus “santos”, e suas normas de culto não influam nos fieis de forma alguma. Em outras palavras, ele pode e deve ser seu “Papa”, porém não se atrevem com os fatos aplicar quaisquer das doutrinas católicas sobre o papado. Ele é, como o Padre Anthony Cekada tão acertadamente o expressa há anos, um “Papa de cartão, somente para ser exibido.”
(Extraído do blogue Amor de la Verdad)