quinta-feira, 17 de novembro de 2016

268ª Nota - Os tradicionalistas e Francisco Bergoglio


A primeira rotina dos Reconhecer & Resistir é seguir teólogos equivocados (Suarez, Caetano e João de Santo Tomás), que afirmam que um Papa herege tem que ser levado a Juízo antes de perder o cargo. Porém, este ensinamento foi posteriormente abandonado pelos teólogos, que adotaram a posição de São Roberto Belarmino (o Doutor máximo em eclesiologia, cujo ensinamento foi canonizado substancialmente por Pio XII, em sua encíclica Mystici Corporis Christi); foi rejeitado por Paulo IV em sua Bula Cum Ex Apostolatus Officio; leva a um absurdo, porque, em nossos dias, teríamos que esperar que os “cardeais” hereges julgassem um “Papa” herético.

A segunda rotina dos R&R é discutir a questão equivocada, a saber, perda do cargo por um Papa herege, quando atualmente os sedevacantistas argumentam que Bergoglio não poderia ter-se convertido em um verdadeiro Papa já no começo de seu “papado”.

Aqui estamos falando de: 1) O ensinamento dos canonistas que afirmam que um herege público está impedido pela lei divina de chegar a ser um verdadeiro Papa; 2) Os R&R confundem o pecado de heresia com o delito canônico de heresia; 3) Os R&R criaram a figura do “amigo ortodoxo”, a saber, você não pode ser herege, se não for advertido por alguém; 4) Heresia material versus heresia formal: Pio XII, em sua encíclica Mystici Corporis (1943), providencialmente fechou a última via de escape dos R&R.

Apesar de os R&R fazerem de tudo para defender a ideia de que Jorge Bergoglio é verdadeiramente o Papa da Igreja Católica, ao mesmo tempo insistem que a validez de seu papado nada significa – não tem efeito prático em nossas vidas –, para assim não pôr em perigo a saúde e a salvação das almas. Em outras palavras, Francisco poderia não ser Papa; e mais, melhor seria que não o fosse.

Por analogia, pode-se dizer que se o sedevacantista sustenta que o lobo não pode ser o pastor, precisamente porque é um lobo, a posição da “Resistência”, ao contrário, afirma que o lobo pode ser o pastor, porém, o fato de ser ou não o pastor em nada importa, ou melhor, as ovelhas têm obrigação de proteger-se do pastor. Adivinhem qual destas duas posições é a única compatível com a doutrina católica? 

São Roberto Belarmino acertou quando disse “a Igreja estaria na pior das condições, se estivesse obrigada a reconhecer o lobo, que está manifestamente à espreita, como se fosse o pastor” (em “O Romano Pontífice”, Livro II, Cap. 30). De fato, parece que a única coisa que supera os esforços gigantescos feitos pelos semitradicionalistas para defender a reclamação de Francisco ao papado, é seu incansável labor para reforçar a ideia de que este Papa supostamente válido e autêntico deve sofrer resistência, ser ignorado, contradito e neutralizado de todas as maneiras possíveis, para que seu ensinamento, suas leis disciplinares, seus “santos”, e suas normas de culto não influam nos fieis de forma alguma. Em outras palavras, ele pode e deve ser seu “Papa”, porém não se atrevem com os fatos aplicar quaisquer das doutrinas católicas sobre o papado. Ele é, como o Padre Anthony Cekada tão acertadamente o expressa há anos, um “Papa de cartão, somente para ser exibido.”
(Extraído do blogue Amor de la Verdad)