terça-feira, 31 de maio de 2016

198ª Nota - Objeções ou Sofismas de certos tradicionalistas

Francisco Bergoglio recebendo as "bênçãos" dos hereges protestantes



OBJEÇÃO: São Libério somente é considerado santo para os cismáticos ortodoxos, não o é no hagiológio católico.
RESPOSTA: São Libério se encontra no hagiológio ortodoxo antes da declaração do cisma. Aliás, muitos autores católicos o reconheceram como santo: Papa São Sirício o vê como um dos mais ilustres antecessores; São Basílio o chama bem-aventurado; Santo Epifânio: pontífice de feliz memória; Cassiodoro: o grande Libério, o santíssimo bispo, que sobrepassa todos os outros em mérito, e um dos mais célebres; Teodoreto: o ilustre e vitorioso atleta da verdade; Zózimo: homem ilustre em qualquer aspecto que o considere; Lúcio Dexter: São Libério; Santo Ambrósio: santo, santíssimo bispo.

OBJEÇÃO: Vocês defendem Libério, mas contradizem a sua postura ao aceitar o retorno dos bispos e o batismo dos arianos, que sendo hereges, segundo sua teoria, perderam o cargo. Vocês se parecem mais com os luciferinos de Lúcifer de Cagliari, que negavam toda jurisdição episcopal e até o batismo dos hereges arianos.
RESPOSTA: Igreja reconheceu o batismo dos hereges e a sua permanência na ordem sacerdotal. A jurisdição se perde ao cair em heresia, porém a sua recuperação está nas mãos do Papa, que neste caso os readmitiu.

OBJEÇÃO: Vocês criam fábulas ao afirmar que os Papas são impecáveis e que nunca se equivocam.
RESPOSTA: É você quem está criando fábulas contra nós. Nós não cremos que os Papas sejam impecáveis e que nunca se equivocam. O Papa pode ser pecador e resistir à graça. Um verdadeiro Papa pode cometer todos os pecados, ainda os mais graves, como também pode condenar-se e ir para o inferno. Entretanto, os Papas são infalíveis somente quando ensinam à Igreja, e, além disso, em matéria de fé e de costumes. Não podem cair em heresias e erros contra a fé, graças à assistência divina que os impede. Fora disto, podem se equivocar, e de fato se equivocam muitas vezes.

OBJEÇÃO: Nosso Senhor Jesus Cristo disse a São Pedro: "Aparta-te de mim, Satanás", e São Pedro o negou três vezes.
RESPOSTA: O primado foi conferido a São Pedro depois da Ressurreição, e sua plenitude, após Pentecostes. Portanto, quando caiu, São Pedro ainda não era Papa.

OBJEÇÃO: São Pedro foi corrigido por São Paulo.
RESPOSTA: Certo. Mas não porque caiu em heresia, e sim porque se mostrou débil e com respeito humano. Assim, Tertuliano (século III) afirmou que São Pedro cometeu um erro de procedimento e não de doutrina; São Jerônimo, em carta dirigida a Santo Agostinho, diz: “Ele (São Pedro) se retirava e se separava, temendo a reprovação dos circuncisos. Temia que os judeus, dos quais era o apóstolo, se afastassem da fé em Cristo, por causa dos gentios. Como imitador do Bom Pastor, temia perder o rebanho, confiado aos seus cuidados”; São João Crisóstomo: “São Pedro atuou assim por caridade, e não por desvio de fé. Ele não ousava dizer clara e abertamente aos seus discípulos que era necessário aboli-la (a tradição mosaica) inteiramente. Temia que se assim o fizesse, destruiria ao mesmo tempo a fé em Cristo, pois o espírito dos judeus há muito tempo estava imbuído dos preconceitos de sua lei, e não estavam preparados para entender tais conselhos. Por isso, São Pedro deixava-os seguir as tradições mosaicas; Santo Tomás de Aquino: “Agiu assim por temor daqueles que vinham dos circuncisos (Gálatas, 2, 12), a saber, os judeus, e não por um temor humano ou mundano, senão por um temor inspirado pela caridade, para que não se escandalizassem. São Pedro agia como judeu entre judeus, fingindo pensar como eles, que eram débeis. Contudo, seu temor era oposto à ordem, pois não se deve jamais abandonar a verdade por temor de escândalo” (Comentário sobre as Epístolas de São Paulo).

OBJEÇÃO: A infalibilidade somente se encontra no magistério ex-cathedra, conforme estabelecido pelo Concílio Vaticano I.
RESPOSTA: Você interpreta mal a palavra “somente”, porque isso não foi dito pelo Concílio Vaticano I. Neste se definiu que o Papa é infalível em seu ensinamento obrigatório. Além deste, o Papa é infalível em seu ensinamento ordinário e universal, como o são também os bispos quando unidos ao Papa.
O Catecismo Maior de São Pio X (1905), que não foi firmado, mas tão somente permitido por São Pio X, acrescentou ao cânon da Pastor Aeternus a palavra soltanto (italiano) = somente no número 198 (200). E por isto foi proibido pelo Papa, e corrigido no Catecismo da Doutrina Cristã (1912), que foi publicado junto com uma carta de aprovação firmada pelo próprio São Pio X. No número 116, lê-se que o Papa é infalível sempre que ensina como Pastor e Mestre em questões de fé e costumes.

OBJEÇÃO: Vocês, sedevacantistas, fazem uma extensão absurda desta infalibilidade, como os modernistas.
RESPOSTA: Errado, pois isto não é uma extensão absurda; é o que sempre acreditou e ensinou a Igreja. Ademais, está muito clara esta extensão na Constituição Pastor Aeternus do Concílio Vaticano I. Nesta, como em outras citações, fala-se da “fé nunca deficiente dos sucessores de Pedro”.
Por outra parte, você afirma que isto é o que creem os modernistas. Nada mais falso. Os modernistas não creem na infalibilidade dos papas. Na verdade, negam e renegam todo o magistério da Igreja, que eles chamam preconciliar.