A frase de
Nosso Senhor Jesus Cristo sobre se encontrará a Fé na Terra, quando de sua Parusia, leva-nos a interessantes reflexões.
É a Fé que estará quase absolutamente ausente, e consequentemente a caridade e a
esperança, porque estas evidentemente decorrem daquela. A crise gravíssima com
que hoje nos deparamos é a da Fé. E é pela Fé, extraindo da frase de Cristo,
que reconhecemos e constatamos onde se encontra a Igreja visível. Os frutos visíveis
reconhecidos da Igreja são aqueles decorrentes da verdadeira Fé. Repito: é pela Fé que reconhecemos a verdadeira Igreja visível, cuja aparência atualmente está
ausente ou irreconhecível, como Cristo chagado e crucificado. Observem bem: a
Igreja está chagada e crucificada, irreconhecível e aparentemente ausente, mas JAMAIS,
NUNCA herética e heretizante, ou instrumentalizada pelos hereges, porque isto
contraria totalmente a indefectibilidade da Igreja. As portas do Inferno jamais
prevalecerão contra Ela, e admitir que os hereges são a hierarquia da Igreja de
Cristo, é admitir que as portas do Inferno prevaleceram contra Ela. Pois se são
eles que a governam, logo, são eles que prevaleceram. Aliás, a visibilidade da
Igreja não está na absoluta constatação visual ou aparente de todos os fieis ou de
muitos ou mesmo de poucos; a visibilidade da Igreja se fundamenta na promessa
de Cristo. Portanto, a visibilidade da Igreja não está restrita à constatação
feita por mim nem por ninguém, mas fundamentada na Sua promessa de que estará
conosco até a consumação dos séculos. Se exigíssemos a visibilidade como Santo Tomé,
teríamos que responder onde se encontrava a visibilidade exterior e universal
da Igreja quando em Pentecostes? A Igreja deixaria de ser visível pelo fato de ninguém
a tê-la visto no norte nem no sul, no leste nem no oeste? Como ficaria a
visibilidade da Igreja no oriente chinês e japonês quando da ausência mais que secular da hierarquia eclesiástica?
Hoje não vemos a hierarquia visível da
santa Igreja, mas sabemos – pelas promessas – que Ela existe e estará presente até
a consumação dos séculos. Vemo-la como a viam Moisés e os Profetas o Messias
esperado, ou seja, na Fé, mesmo que humanamente tudo conclame para que pensemos
o oposto. Por isso, a importância de cada um de nós estudar a Fé, a
verdadeira Fé, e transmiti-la. A Fé da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério
da Igreja até Pio XII. É esta – acredito – a mais importante incumbência do
católico de hoje: ter a Fé na noite escura!
“A Igreja, sociedade sem dúvida sempre visível,
será cada vez mais reduzida a proporções simplesmente individuais e domésticas.”
(Cardeal Pio, em “Le chrétien au combat pour le règne de Dieu”, 1859)