sábado, 17 de março de 2018

359ª Nota - São João Bosco confirma a conclusão teológica sedevacantista



“A  Igreja Romana(...) foi sempre conhecida como sociedade visível dos fiéis reunidos na mesma fé, sob a direção de um mesmo Chefe, o Romano Pontífice, o qual, como pai de uma grande família, guiou no passado e guiará para o futuro todos os fiéis sinceros pelo caminho da verdade, até o fim dos tempos.”

“... nenhum Papa deixou reviver uma heresia condenada por seus antecessores, nem colocou em dúvida uma verdade proclamada antes dele.”

“Dizem que alguns Papas caíram em erro? São calúnias inventadas ou que se referem a atos que não se relacionam com a Fé da Igreja. Todos os que estudaram imparcialmente a história eclesiástica, concordam em que essas asserções são falsas.”
(Extraído do livro "O Cristão bem formado", de São João Bosco)

sexta-feira, 16 de março de 2018

358ª Nota - Alexandre VII, São Columbano e Santo Tomás de Aquino: avisos aos neotradicionalistas




Alexandre VII, Papa, condenou a proposição seguinte:
“Quamvis evidenter tibi constet Petrum haereticum esse, si probare non possis, non teneris denuntiare” (D.S. 2025).
“Ainda que te custe, como algo evidente, que Pedro seja herege, se não o podes provar, não estás obrigado a denunciá-lo.”

São Columbano repreendeu o Papa São Bonifácio, por certas informações que chegaram a seus ouvidos; e assim lhe disse:
“Se tiverdes uma falta, se estiverdes desviado da fé (...); vossos súditos poderiam, com pleno direito, opor-se e romper a comunhão convosco; e se fosse verdade e não algo inventado: vossos filhos passariam a ser a Cabeça e vós a cauda.” (Dt. 28,44).

Santo Tomás de Aquino (S.T. 2-2, 33, 4 ad 2): “Quando há perigo para a fé, os prelados devem ser repreendidos pelos súditos, inclusive publicamente.”

sábado, 3 de março de 2018

357ª Nota - Se podemos repudiar alguém e contestar seus escritos como heréticos antes do veredito da Igreja




Tudo o que acabais de expor, dirá alguém ao chegar a este ponto, encontra na prática uma dificuldade gravíssima. Tendes falado de pessoas e escritos liberais, recomendando com todo o empenho que fujamos, como da peste, deles e até dos seus mais remotos vestígios de Liberalismo.
Mas, quem se atreverá, por si só, a qualificar de liberal tal pessoa ou escrito, sem considerar o veredito decisivo da Igreja docente, que os declare tais?
Eis aqui um escrúpulo, ou antes uma tolice, muito em voga de alguns anos para cá, por parte dos liberais e dos mais ou menos influenciados de Liberalismo; teoria nova na Igreja de Deus, e que temos visto com assombro perfilhada por quem nunca imagináramos pudesse cair em tais aberrações; teoria além disso tão cômoda para o diabo e seus sequazes, que apenas um bom católico os ataca ou desmascara, imediatamente os vemos acudir por ela e refugiar-se em suas trincheiras, perguntando com ares de magistral autoridade: “E quem sois vós para qualificar-me de liberal, a mim e ao meu jornal? Quem vos constituiu mestres em Israel para declarar quem é bom católico e quem não o é? É a vós que se há de pedir patente de Catolicismo?”
Esta última frase sobretudo fez fortuna, como se diz, e não há católico com vestígios de liberal que a não aproveite nos casos graves e difíceis, como seu último recurso.
Vejamos, pois, o que há a tal respeito, e se é sã a teologia que expõem os católicos liberais sobre este ponto. Ponhamos a questão em toda a sua limpidez e clareza. É a seguinte:
Para qualificar uma pessoa ou um escrito de liberal, deve aguardar-se sempre o veredito concreto, da Igreja docente sobre tal pessoa ou escrito?
RESPONDEMOS CATEGORICAMENTE QUE DE MODO NENHUM.
A ser certo este paradoxo liberal, fora indubitavelmente o meio mais eficaz para que na prática ficassem sem efeito todas as condenações da Igreja, com respeito assim a pessoa como a escritos.
A Igreja é a única que possui o supremo magistério doutrinal de direito e de fato, juris et facti, sendo a sua suprema autoridade, personificada no Papa, a única que definitivamente e sem apelação pode qualificar doutrinas em abstrato, e declarar que tais doutrinas as contém ou ensina  em concreto o livro de tal ou tal pessoa; - infalibilidade não por ficção legal, como a que se atribui a todos os tribunais supremos da terra, mas real e efetiva, como emanada da contínua assistência do Espírito Santo, e garantida pela promessa solene do Salvador; - infalibilidade que se exerce sobre o dogma e sobre o fato dogmático, e que tem portanto toda a extensão necessária para deixar perfeitamente resolvida, em última instância, qualquer questão.
Pois bem. Tudo isto se refere ao veredito último e decisivo, ao veredito solene e autorizado, ao veredito irreformável e inapelável, ao veredito que temos chamado de última instância. Mas não exclui para luz e guia dos fiéis outras decisões menos autorizadas, porém, também muito respeitáveis, que não podem desprezar-se, e que podem até obrigar em consciência o fiel cristão. São as seguintes, e suplicamos ao leitor que fixe bem a sua gradação:
1ª. A dos Bispos em suas dioceses. (...)
2ª. A dos Párocos em suas freguesias. (...)
3ª. A dos diretores de consciência. (...)
4ª. A dos simples teólogos consultados pelo fiel secular. (...)
5ª. A da simples razão humana devidamente ilustrada. Sim, senhor, até isto é lugar teológico, como se diz em teologia, quer dizer é critério científico em matéria de religião. A fé domina a razão; esta deve estar-lhe em tudo subordinada. Porém é falso que a razão nada possa por si só; é falso que a luz inferior acendida por Deus no entendimento humano não alumie nada, ainda que não alumie tanto como a luz a superior. Permite-se, pois, e até se prescreve ao fiel, discorrer sobre o que faz objeto da sua crença, tirar daí consequências, fazer aplicações, e deduzir paralelos e analogias. Assim pode o simples fiel desconfiar logo à primeira vista de uma doutrina nova que se lhe apresente, segundo o maior ou menor desacordo em que veja com outra definida. E pode, se esta desarmonia é evidente, combatê-la como má, e chamar mau ao livro que a sustenta. O que não pode é defini-la ex-cathedra; porém, tê-la para si como perversa e como tal denunciá-la aos outros para seu governo, dar a voz de alarme e disparar os primeiros tiros, isso pode fazê-lo o fiel secular; assim se tem feito e o aplaudiu sempre a Igreja. E isto não é fazer-se pastor do rebanho, nem sequer humilde zagal dele; é simplesmente servir-lhe como o cão para dar aviso com seus latidos. Oporter adlatare canes, recordou a propósito disto muito oportunamente um grande Bispo espanhol, digno dos melhores séculos da nossa história.
(...)
Subamos, porém, a uma consideração mais geral. De que serviria a regra de fé e costumes, se a cada caso particular não pudesse fazer imediata aplicação dela o simples fiel, mas devesse andar de contínuo a consultar o Papa e o Pastor diocesano?
Assim, como a regra geral de costumes é a lei, e não obstante tem cada um dentro de si uma consciência (dictamen practicum) em virtude da qual faz as aplicações concretas da dita regra geral, sem prejuízo de ser corrigido, se se extravia na sua apreciação; assim na regra geral do que se há de crer, que é a autoridade infalível da Igreja, consente esta,e há de consentir, que faça cada um, com o seu critério particular, as aplicações concretas, sem prejuízo de corrigi-lo e obrigá-lo à retratação, se porventura erra.
É frustrar a regra superior da fé,é fazê-la absurda e impossível, exigir a sua concreta e imediata aplicação pela autoridade primária em cada caso, de cada hora e de cada minuto.
Há aqui um certo jansenismo feroz e satânico, como o que havia nos discípulos do malfadado Bispo de Ypres, ao exigir para a recepção dos Santos Sacramentos disposições tais que os tornavam absolutamente impossíveis para os homens a cujo proveito foram destinados.
O rigorismo ordenacionista que aqui se invoca é tão absurdo como o rigorismo ascético que se pregava em Port-Royal, e seria ainda de piores e mais desastrosas consequências. E se não, observe-se um fenômeno.
Os mais rigoristas a este respeito são os mais endurecidos sectários da escola liberal. Como se explica esta aparente contradição? Explica-se muito claramente, recordando que nada conviria tanto ao Liberalismo como essa mordaça legal posta na boca e na pena de seus mais destemidos adversários. Seria na verdade um grande triunfo para ele chegar a conseguir que, sob pretexto de que ninguém pode falar com voz autorizada na Igreja senão o Papa e os Bispos, emudecessem de repente os De Maistre, os Valdegamas, os Veuillot, os Villoslada, os Aparisi, os Tejado, os Orli y Lara, os Nocedal, de que sempre por divina misericórdia houve e haverá gloriosos exemplares na sociedade cristã.
Isso quereria o Liberalismo, e que fosse a mesma Igreja que lhe fizesse o grande serviço de desarmar os seus mais ilustres campeões.
(Excerto do livro "O Liberalismo é Pecado", do Padre Félix Sardá y Salvany)

sábado, 24 de fevereiro de 2018

356ª Nota - Ferir duramente os que erram, para salvá-los.




SANTA CATARINA DE SIENA

De uma carta escrita, durante o Grande Cisma do Ocidente, a três altos Prelados italianos que se haviam passado para a facção do falso Papa levantado em Avignon, depois de terem prestado obediência a Urbano VI, legitimamente eleito em Roma:
Ai, ai de mim, até onde vos fez chegar não terdes seguido com virtude a vossa dignidade! Vós fostes postos a alimentar-vos ao peito da Santa Igreja: como flores neste jardim, para que lançásseis um perfume de virtude; fostes postos como lâmpada no candelabro para dar luz aos fiéis cristãos e dilatar a Fé. Bem sabeis se tendes feito aquilo para que fostes criados. Decerto não, porque o amor próprio não vo-lo fez conhecer; porque em verdade fostes postos neste jardim só para fortificar e dar luz e exemplos de boa e santa vida. Se a tivésseis conhecido, tê-la-eis amado e vestido desta doce verdade, E onde está a gratidão que deveis ter a esta Esposa que vos alimentou ao seu peito? Não vejo outra coisa senão ingratidão: a qual ingratidão disseca a fonte da piedade.
Quem me disse que sois ingratos, vis e mercenários? A perseguição que vós, com os outros, fizestes a esta Esposa, na ocasião em que devíeis ser-Lhe escudo e resistir aos golpes da heresia. Apesar desta, sabeis e conheceis a verdade, que o Papa Urbano VI é o verdadeiro Papa, Sumo Pontífice eleito de modo regular e não por temor, verdadeiramente mais por inspiração divina que por indústria humana. E assim o anunciastes a nós: o que era verdade. Agora voltastes as costas, como cavaleiros vis e miseráveis: a vossa sombra fez-vos medo. Afastastes-vos da verdade que fortifica e encostastes-vos à mentira que enfraquece a alma e o corpo, privando-vos da graça espiritual e temporal. Qual a razão disto? A peçonha do amor próprio que envenenou o mundo. Ele é tal que a vós, colunas, tornou-vos mais fracos que a palha. Não sois flores que lançam perfume, mas mau cheiro que empesta o mundo todo. Não lâmpadas postas em um candelabro, de tal modo que dilatásseis a fé, mas luz escondida debaixo do alqueire da soberba; não procedeis como dilatadores, mas contaminadores da Fé; lançais trevas para vós e para os outros. Fostes escolhidos, como anjos terrestres, para nos libertar do demônio do inferno, e recebestes o encargo angélico de conduzir as ovelhas à obediência da Santa Igreja; e no entanto quereis o oficio dos demônios. Quereis dar-nos o mal que tendes em vós, tirando-nos da obediência a Cristo na terra (o Papa) e induzindo-nos à obediência ao Anticristo, membro do diabo; e vós sereis como ele, enquanto estiverdes nesta heresia.
Esta não é cegueira da ignorância, isto é, que venha da ignorância; não que vos tenha sido apresentada uma coisa por outra. Não: porque vós sabeis qual é a verdade e no-la anunciastes, e não nós a vós. Oh! como sois loucos! Vós que nos destes a verdade e quereis saborear a mentira... (digo-vos isso sem reverência alguma, porque estais privados da reverência)... Podereis dizer-me: "Por que não acreditais? Nós sabemos melhor a verdade... do que vós". E eu vos respondo que vós mesmos me tendes já mostrado que estais afastados da verdade em muitas coisas; e que não devo vos dar credito quando dizeis que o Papa Urbano VI não é o Papa verdadeiro. Se me volto para o principio de vossa vida, não a vejo tão santa e tão boa que vos afasteis, com consciência, de mentir. E quem me mostra a vossa vida pouca ordenada? O veneno da heresia...
* * *
Ai insensatos, dignos de mil mortes! Como cegos, não vedes o vosso mal; e chegastes a tanta confusão que a vós mesmos vos fizestes mentirosos e idólatras. Ainda que fosse verdadeiro (que não é: confesso e não o nego ser o Papa Urbano VI o verdadeiro Papa), mas se fosse verdadeiro aquele que dizeis, não teríeis vós mentido quando no-lo indicastes como Sumo Pontífice que ele é? E não lhe teríeis vós feito reverência falsamente, adorando-o como Cristo na terra? E não seríeis simoníacos ao obter dele graças e ao usá-las ilicitamente? Sim, agora elegeram o anti-papa e vós juntamente com eles: no ato e no aspecto, tendes mostrado assim, porfiando por encontrar-vos aqui quando os demônios encarnados elegeram o demônio.
...Admitamos que talvez tenhais feito menos mal que os outros na vossa intenção, no entanto fizestes mal juntamente com os outros. E que posso dizer? Posso dizer que quem não é pela verdade é contra a verdade: quem então não esteve com o Cristo na terra, o Papa Urbano VI, esteve contra ele. E por isso digo-vos que vós, juntamente com o anti-papa, fizestes mal; posso dizer que foi eleito um membro do diabo: porque, se fosse membro de Cristo, antes teria eleito a morte do que consentido em tão grande mal, porque ele sabe bem a verdade e não pode desculpar-se por ignorância. Ora todos estes erros tendes cometido em favor deste demônio, isto é: confessá-lo Papa (e não é assim a verdade), e fazer reverência a quem não deveis. Estais afastados da luz e ides para as trevas; saístes da verdade e chegastes à mentira. Para qualquer lado que me volte, não encontro senão mentiras. Sois merecedores de castigo: o qual castigo eu vos digo em verdade (e dele descarrego a minha consciência) cairá sobre vós, se não voltardes à obediência com uma humildade verdadeira.
* * *
Oh miséria em cima de miséria! oh cegueira em cima de cegueira, que não deixa ver o seu mal, nem os prejuízos que traz para a alma e para o corpo! Porque, se o vísseis, não vos teríeis afastado da verdade assim tão insensatamente, com um temor servil, apaixonados, como soberbos e pessoas habituadas, ao seu bel prazer, aos gozos e deleites humanos... O último fruto nascido de vós, que traz morte, mostra-nos que árvores sois; e que a vossa árvore está plantada na terra da soberba, que sai do vosso amor próprio que vos tirou a luz da razão.
... Reconhecei as vossas culpas, para que vos possais humilhar e compreender a infinita bondade de Deus, que não mandou à terra que vos engolisse, nem aos animais que vos devorassem; antes vos dá tempo para que possais corrigir a vossa alma. Se não o reconhecerdes, o que vos tem sido dado como graça se tornará em um grande castigo. Porém, se quiserdes voltar ao redil e alimentar-vos da verdade ao peito da Esposa de Cristo, sereis recebidos com misericórdia por Cristo no céu e por Cristo na terra, não obstante a iniqüidade que cometestes...
* * *
Não vos parecerá duro se vos firo com as palavras que o amor da vossa salvação me fez escrever. Mais vos feriria de viva voz, se Deus mo permitisse. Seja feita a Sua vontade. E aliás merecei antes os fatos que as palavras. Acabo e não digo mais; que, se eu seguisse minha vontade, não pararia: tanto a minha alma está cheia de dor e de tristeza por ver tanta cegueira naqueles que foram escolhidos para luz, não como cordeiros que se alimentam do cibo da honra de Deus salvação das almas e reforma da Santa Igreja, mas como ladrões roubam a honra que devem dar a Deus e dão-na a eles mesmos e como lobos devoram as ovelhas: do que tenho grande tristeza.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

355ª Nota - Erros e contradições da FSSPX sobre o Magistério da Igreja



La caridad de un buen amigo nos hizo conocer el artículo* al que nos referimos, el mismo despertó primero nuestro interés, el cual fue diluyéndose a medida que avanzaba la lectura.

El artículo en cuestión pertenece a un Sacerdote de la FSSPX, editado en el Sitio Oficial Italiano de la misma y, por lo mismo, entendemos que con la anuencia y aprobación de la dicha Fraternidad; está dividido en cinco puntos y en el último párrafo del quinto de ellos, es decir como conclusión, postula la caridad que debe regir las discusiones teológicas. Esta intención del autor es por demás cierta y laudable y, tratando de corresponder a la misma, nos permitiremos hacer algún comentario. Sin duda la redacción del artículo exigió algún esfuerzo de parte de su autor, aún así, parte de una distinción mal aplicada, hace afirmaciones con pruebas insuficientes o contrarias  a la realidad histórica que contaron los testigos contemporáneos, afirma y defiende el principio  de no contradicción para contradecirse más adelante, cita autores en defensa de sus argumentos quienes niegan claramente los mismos en sus obras. Trataremos de mostrar lo que decimos.

El artículo parte del hecho de la inserción en las Acta Apostolicae Sedis de una carta de Francisco a los Obispos de la región de Buenos Aires en Argentina reivindicando de manera definitiva lo enseñado en su documento “Amoris Laetitia” acerca de la posibilidad de dar la comunión a quienes antes la Santa Iglesia la negaba. Puestos en presencia de una enseñanza oficial, de un acto de Magisterio, contrario a las enseñanzas anteriores de la Iglesia el autor trata de explicar la noción verdadera del Magisterio y su necesidad e indica dos errores contrarios según su conclusión. Para justificar su solución “intermedia entre dos errores” cita al Padre Reginaldo Garrigou Lagrange en su libro “Las Tres Edades de la Vida Interior” y afirma: “La Verdad se encuentra siempre entre dos extremos”.

Ad Primum

El Padre Garrigou Lagrange sabía demasiada filosofía como para equivocarse tan básicamente. La cita de su libro “Las tres edades de la Vida Interior” es la indicada por el autor del artículo pero no se refiere a la verdad que corresponde a la naturaleza de algo sino a la verdad de una actitud moral por la cual el hombre se opone bien o mal al desorden causado por el pecado. Aquí la cita completa del Padre Garrigou Lagrange:
“Cap. II: El Naturalismo práctico y la mortificación según el Evangelio.
Luego de haber dado una idea general de la edad espiritual de los comenzantes, es preciso hablar del trabajo que se les impone para evitar recaer en el pecado… Primeramente conviene notar aquí dos tendencias extremas y erróneas, de una parte el naturalismo práctico muy frecuente, en el cual cayeron los quietistas, y por otra la austeridad soberbia jansenista que no viene del amor de Dios. La verdad se eleva como una cumbre en medio de esos dos extremos que representan las desviaciones contrarias del error.” (Obra citada pág. 377 in capite, ediciones du Cerf, año 1938. París.)

La Verdad respecto al Magisterio corresponde a la naturaleza de dicho Magisterio, con los límites y extensión que le dio Jesucristo Nuestro Señor y la misma Santa Iglesia los explicó, y no a la actitud moral con que quieran verlo sus sujetos pasivos.

Pongamos un ejemplo similar. Si habláramos de la Realeza propia de Nuestro Señor Jesucristo la verdad no estaría entre dos extremos, uno que la exaltaría hasta el infinito y otro que la rebajaría y restringiría. La Realeza propia de Nuestro Señor, justamente no tiene límites y es infinita y sería erróneo rebajarla aún un ápice; Realeza que tiene por su naturaleza divina que lo hace necesariamente reinar sobre todo lo que no sea Dios, por derecho propio ya que unido a su naturaleza humana necesariamente es Cabeza de la humanidad por la prerrogativa de ser a la vez Persona Divina y por conquista en razón de sus méritos infinitos. Así entonces la verdad no es siempre, como dice el autor del artículo un término medio elevado entre dos errores extremos. Sentado el artículo sobre una distinción falsa tambalea todo su contenido.
                       
Ad Secundum

El primer error, abajo y a la extrema derecha de la solución del autor, sería el de la solución Sedevacante con sus explicaciones variadas y que iría en contra del “sentido eclesial”. Aquí el autor cita al Papa Pio XII enseñando que el Magisterio en la Iglesia es la Regla próxima de la Fe.

Es claro que el Magisterio lo es pero de allí concluye el autor dos afirmaciones que no se siguen necesariamente:
- La Santa Iglesia no podría subsistir un demasiado largo tiempo sin un Papa reinante;
- Ella no podría subsistir tampoco sin el Magisterio (ejercido “in actu”, en acto).

La vacancia posible de la Santa Sede no ha tenido definición de límite de tiempo por ningún documento oficial de la Santa Iglesia y, de hecho, durante el cisma de Occidente en que hubo tres Papas simultáneos (a los cuales hizo renunciar el Cónclave definitivo que eligió cuarto Papa a quien reconoció la Iglesia universal) la vacancia (Papa incierto) duró más de cuarenta años. La Cabeza real de la Santa Iglesia y la cual da vigor y perennidad a Ella es Nuestro Señor Jesucristo y no su Vicario y dicha Cabeza nunca hace defección ni lo hará.

El Magisterio no se limita a las enseñanzas actuales de determinado Papa. El autor se refiere al Magisterio como algo constitutivo de la Santa Iglesia y es correcto, pero aplica lo mismo al Magisterio de un sujeto concreto y en cuanto tal no es constitutivo de la Santa Iglesia. Me explico, el Papado es de Pedro y Pedro hay uno perpetuado como Vicario en sus sucesores de manera que la enseñanza no se restringe a lo contemporáneo (in actu) sino a todo lo enseñado desde siempre que es fuente más que suficiente para discernir verdad de error respecto a la Doctrina, al menos suficiente hasta que haya un verdadero Papa en la Iglesia.

En el mismo número 2 el autor, en el cuarto párrafo (página 2 in capite) hace una afirmación que negará más adelante (página 3 párrafos 2º y 3º).

La primera afirmación (pag. 2 párrafo 4º):
“… Pues, no somos nosotros quienes podemos determinar a priori, sobre la base de una tesis prefabricada, cuál es la autoridad de un texto promulgado por el Papa sinó que es el mismo Papa quien manifiesta su intención (su mente, según el término ya consagrado) y a nosotros toca el recibirla como tal”.

Su contradicción (pag. 3 párrafos 2º y 3º):
“Se sigue que si se propone (al fiel) de creer, al menos (en teoría) en nombre de la Autoridad magisterial, una proposición que está en contradicción lógica con una proposición ya enseñada por el Magisterio… El católico no solamente no está obligado a adherir a tal proposición, sinó que, en buena conciencia, y en la medida en que conoce y constata la contradicción, está obligado a rechazarla, sea cual fuere la autoridad que la propone: sea su Párroco, su Obispo o el Papa… Haciendo esto no comete ningún error contra la Doctrina Católica (como es el caso normalmente cuando se opone al Magisterio auténtico) pues en sentido estricto, estas proposiciones no pueden estar acompañadas del carácter obligatorio ligado a la autoridad magisterial (aunque se inscriben en el cuadro del ejercicio de la autoridad de parte de su legítimo detentor), en la medida en que el Magisterio que ya los condenó no puede contradecirse”.

El autor distingue así: Magisterio: Si enseña doctrina de siempre = obliga; si la contradice = no obliga. Nosotros distinguiríamos así: obliga porque es Magisterio y como enseña siempre la Verdad; no obliga porque entonces o dejó de ser Magisterio o nunca lo fue. 

¿Qué es el Magisterio? (Ref. Salaberri, De Ecclesia l. 2 tesis 12, n. 504, p. 655. Ed. BAC): Munus tradendi Doctrinam a legitima auctoritate (El cargo o función de la legítima autoridad de trasmitir la Doctrina).

Esto supone dos cosas:
- En el Maestro: La potestad y el oficio de trasmitir la Doctrina (luego, la Verdad);
- En los discípulos: La obligación y el derecho de recibir la instrucción (porque no puede no ser verdad lo que enseña el Magisterio auténtico = oficio de enseñar la Doctrina).

Basta entonces con que el que detenta la Autoridad Magisterial manifieste la voluntad de enseñar trasmitiendo la Doctrina para que los discípulos estén obligados al asentimiento sinó nunca sabríamos cuándo debemos creer o a qué cosas.

El Magisterio no yerra porque tenga razón (que sí la tiene) sinó porque no puede errar ya que obligaría a otros al error.

Dice el papa León XIII: “Si (el Magisterio) que enseña pudiera ser falso de alguna manera, Dios mismo sería autor del error en el hombre, lo que claramente repugna” (Acta Apostolicae Sedis 28, 721).

En el mismo número 2, pag. 2 párrafo 2º defiende el autor que el Concilio Vaticano II “permanecerá en la historia de la Iglesia como aquél que proclamó a María, Madre de la Iglesia”. Hay aquí una afirmación completamente opuesta a un testigo ocular (de mucho respeto en la FSSPX, al menos en los dichos), la del Padre Berto, teólogo de Mons. Lefebvre durante el Concilio quien amarguísimamente afirma que el Concilio no quiso dedicar un esquema a la Virgen para no perturbar a los protestantes. Al respecto, baste leer en el libro del profesor Roberto de Mattei, “Vaticano II, una historia a escribir”, edición MULLER en francés, año 2013, págs. 194-198. Si hubo algún Concilio poco Mariano en la historia de la Iglesia fue precisamente Vaticano II. Contra factum non fit argumentum (contra el hecho no vale ningún argumento)

Ad Tertium

En el punto tercero de su artículo el autor habla de la solución propuesta por el extremo contrario o “extrema izquierda”, a saber, el absolutismo magisterial. Dicho breve según el autor la pretensión de que todo lo enseñado o afirmado como magisterial por el “Papa” hoy, debe ser aceptado como indiscutible. Recordemos que dijimos que al autor cita como autores relevantes en estos temas del Tratado de la Iglesia al Cardenal Billot, Zapelena, Salaberri entre otros. (Notas del artículo, pág. 7 nota nº 18 in fine).

Veamos el juicio que hace el autor acerca de esta posición de la “extrema izquierda” comparada con su cumbre intermedia entre dos errores:
“La autoridad magisterial, así, no debe ser confundida con el autoritarismo coercitivo de los escribas y de los fariseos (de ayer y de hoy) por el cual se pretende, aprovechando la función que los recubre, que los fieles adhieran a cualquier doctrina. Los que tienen el poder magisterial, así, no pueden contentarse con el reclamar pretender obligar a adherir a una doctrina para promulgar un acto de magisterio. No basta con escribir sobre un  texto Magisterio auténtico. Es preciso enseñar con autoridad, en nombre y por la autoridad de Jesucristo, mostrando el fundamento de esta doctrina en la Tradición de la Iglesia y su continuidad con las enseñanzas precedentes del Magisterio” (n.º 3, pág. 3 1er. Parágrafo que viene de la pág. anterior, in fine). Valga decir que estas características son las del Magisterio Solemne Extraordinario, nó las del Ordinario.

Veamos lo que dice al respecto el Padre Joaquín Salaverri S.J. en su De Ecclesia Christi, BAC, Sacrae Theologiae Summa T. I, pág. 701 nº 647 y 648 Madrid 1962 5º. Edición. Este teólogo es nombrado por el Padre Citati FSSPX (autor del artículo) como relevante en la materia (cita 18 del artículo):
“Además, el Sumo Pontífice tiene en la Iglesia toda la plenitud de la suprema potestade (Denzinger 1831). Luego, debe tenerla de toda manera como ésta se da en la Iglesia. En la Iglesia se da de dos maneras, extraordinaria (solemne) y ordinaria. Luego, el Sumo Pontífice tiene la potestad de la infalibilidadtambién de modo ordinario” (nº 647 obra citada).
“Además el Pontífice Romano, para ejercer su infalibilidad en cosas de Fe y Costumbres, de lo cual no discuten los autores, no se requiere que use la forma extraordinaria o solemne, lo que es el propio juicio Ex Cathedra; sinó que le basta cualquier otra forma ordinaria y común, de las que usa para enseñar a la Iglesia universal, con tal que exprese su intención de enseñar infaliblemente”. (nº 648 obra citada). “Este modo ordinario de enseñar infaliblemente lo usa el Pontífice Romano cuando propone en materia de Fe y Costumbres una Doctrina que ha de ser creída y absolutamente sostenida” (ídem, párrafo siguiente).
“Entonces, de la intención cierta y manifiesta de obligar a todos los fieles al asenso absoluto, se puede inferir el ejercicio del Magisterio Ordinario Infalible” (ídem, último párrafo antes del num. 649, obra citada).

Los Viejos Manuales Pre Conciliares de Eclesiología

Al final de su num. 4 el autor del artículo hace una afirmación asombrosa refiriéndose a los libros que han tocado el tema del Magisterio y que él mismo elogió en la nota num. 18: (sedevacantes y absolutistas del Magisterio) “tienen precisamente en común el defecto de no querer ver las diferencias (nuances, en francés) en la realidad y leer la realidad exclusivamente a la luz de los principios que se encuentran en los viejos manuales pre conciliares de eclesiología (dignos de alabanza para su época) pero desde ese punto de vista en adelante en parte inactuales”.

Aquí hay dos errores grotescos: 1º - La realidad del Magisterio muta; 2º - Mutemos entonces los manuales.

Lo mismo afirmó el autor en la página 2 de su artículo in capite: “Ciertamente es innegable que la concepción del Magisterio sufrió un cambio profundo en el curso de los últimos decenios (baste pensar, como signos externos de este cambio que el número de intervenciones magisteriales ha aumentado enormemente, a la vez que su solemnidad disminuía proporcionalmente y que, se agregaron a los órganos tradicionales otros cada vez más numerosos, como las diferentes Comisiones Pontificales y Teológicas cuya autoridad no es completamente clara)”.

Notemos primeramente que los cambios profundos a que alude el autor son: el número de intervenciones que aumentó enormemente, la menor solemnidad, las nuevas Comisiones. Consienta el lector que el número de algo o su menor solemnidad no altera en nada la naturaleza de algo, en este caso la del Magisterio Ordinario y que las Comisiones aludidas son aquellas de la iglesia conciliar en orden a consolidar los cambios posteriores a Vaticano II.

La Eclesiología de los Viejos Manuales es más que suficiente para explicar qué es el Magisterio de la Iglesia y cuánto obliga y cuándo sucede esto ya que no hace más que razonar a partir de las definiciones dogmáticas de los Concilios (particularmente Vaticano I) y la enseñanza ininterrumpida de Pontífices y Doctores como los textos que ya citamos.

“La concepción del Magisterio sufrió un cambio profundo”, claro que sí pero nó en la mente de la Santa Iglesia sinó a partir de las innovaciones conciliares. Sería lo mismo decir que la “concepción de la Santa Misa sufrió un cambio profundo a partir de la misa nueva, año 1969, de modo que los viejos manuales sobre el Santo Sacrificio en adelante serían inactuales”. Así como los Cardenales Ottaviani y Bacci dijeron que la nueva misa se aparta de manera impresionante de la teología católica de la Misa, de igual manera podríamos decirlo de la nueva concepción del Magisterio de la Iglesia.

¿Cuáles son los móviles del autor?
¿Cuáles las razones para razonar como lo hace?

Partamos de la afirmación de que su intención nos escapa aunque no escapa la intención manifiesta del artículo, a saber:
- Es error decir que si el Magisterio enseña errores, aún diciendo que quiere enseñar y que esa es la doctrina a creer, digamos que allí no está el Maestro, a saber, el Papa;
- Es error decir que si quieren enseñar manifiestamente errores e imponerlos eso sea Magisterio aunque el Maestro reconocido como tal (Papa) diga que sí es Magisterio.

La Santa Iglesia define claramente el Magisterio. Repitamos la frase de su Santidad León XIII: “Si (el Magisterio) que enseña pudiera ser falso de alguna manera, Dios mismo sería autor del error en el hombre, lo que claramente repugna” (Acta Apostolicae Sedis 28, 721).
Por ejemplo respecto a la canonización de los Santos dice el Cardenal Próspero Lambertini (eminente Tomista) año 1734, luego Papa que reinó con el nombre de Benedicto XIV, ref. Diccionario Apologético de la Fe, D’Alés, col. 1130 y subsiguientes: “El Soberano Pontífice no puede comprometer a la Iglesia en el error cuanto  a la regla de las costumbres proponiendo a la veneración por un acto de su plena autoridad apostólica a un pecador”.

Lo mismo enseña Santo Tomás de Aquino, Quodlibet IX, q. 7, a. 16: “En la Iglesia no puede haber error condenable, sería un error condenable si se venerara como Santo a alguien que fue pecador, porque algunos, conociendo sus pecados, creerían que esto es falso… Y si sucediere así podrían ser llevados al error (possunt ad errorem perduci)”.

El Magisterio es lo que es y funciona como funciona, sinó no es tal, pero no porque podamos decidir qué es enseñanza y qué no (aunque nos diga el supuesto “Maestro” que sí lo es) sinó porque sí llena las condiciones para serlo pero enseña error y lo impone, entonces su autor no puede gozar del Magisterio Universal.

Evidentemente si se niega que dichos Papas sean Papas es ridículo ir a Roma a pedir un lugar para la Tradición al lado de la misa nueva.

La solución de componenda no es sacar las conclusiones de la Doctrina de siempre (como debería ser)  sinó atenuar o cambiar la Doctrina afirmando que la Regla Próxima de la Fe puede medir cualquier cosa y de cualquier manera y que nosotros o, como dice al autor “los que tienen competencia” (artículo, nº 5, 3er. guión in fine) decidan qué debe aceptarse y qué nó de aquello que enseña la iglesia conciliar.

Esto es penoso en el autor que o no aprendió la Doctrina o aprendió la que recibió ya que sus Superiores en Italia publican su artículo en la Página Oficial. Esto es doblemente penoso.

Mons. Andrés Morello  (9 de enero del 2018)

* Artículo sobre el Magisterio de la Iglesia. Autor: Padre Ángelo Citati (Fraternidad Sacerdotal San Pio X) – Sitio del Distrito de Italia  de la dicha Fraternidad. Fecha: 25 de diciembre del 2017.