quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

119ª Nota - Francisco Bergoglio e seu novo credo religioso


Em 6 de janeiro passado se difundiu no mundo inteiro, um vídeo chamado “Vídeo do Papa”, como “iniciativa global sustentada pela Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração) para colaborar na difusão das intenções mensais do santo Padre sobre os desafios da humanidade.”

O protagonista do vídeo – já conhecido por todos – é o mesmo ocupante da Sede Apostólica, Jorge Mario Bergoglio; além dele, quatro expoentes de várias religiões: uma “monja” budista, um rabino, um sacerdote católico e um muçulmano, cada um representado no final do vídeo por um símbolo da sua própria religião: um ídolo de Buda, um menorá, um Menino Jesus e um “rosário” muçulmano. Mas além das diversas religiões e crenças, une-os uma mesma profissão de fé: “Creio no amor.”

São incontáveis os comentários sobre estas imagens que difundem, do modo mais eficaz para o homem moderno, o indiferentismo religioso. A mensagem fala por si mesma, e para quem todavia não a conhece, juntamos o presente comunicado. Interessam-nos mais os comentários, também críticos, às palavras e imagens difundidas pelo Jorge Mario Bergoglio.

Em primeiríssimo lugar julgamos gravemente ofensivos a Nosso Senhor Jesus Cristo, a Sua Igreja e a Cátedra de Pedro, os comentários críticos dos que, contraditoriamente, reconhecem até nas missas que celebram ou as que assistem, no autor e promotor do Vídeo em questão, “Sua Santidade o Papa Francisco”, Vigário de Cristo e Sucessor de Pedro, como se Cristo, a Igreja e a Cátedra de Pedro, na pessoa do Vigário de Cristo, pudesse difundir e ensinar ao mundo inteiro não a Verdade, senão o erro, não o Evangelho e a Fé Católica, senão a incredulidade e o indiferentismo.

Em segundo lugar, fazemos notar quais são, a nosso parecer, os erros mais graves contidos nas palavras de J. M. Bergoglio: o naturalismo e o agnosticismo. Muitos se hão escandalizado da imagem final e sinóptica do vídeo, que mostra os símbolos das várias religiões como equivalentes. Outros, sempre com razão, escandalizaram-se do novo “credo” (“Creio no amor”) desta que poderíamos chamar nova religião, na qual o amor está desvinculado com a Verdade e a Fé, sem as quais é impossível agradar a Deus. Parece-nos que poucos hão prestado atenção às palavras seguintes de J. M. Bergoglio: “Muitos pensam distinto, sentem distinto, buscam a Deus ou encontram a Deus de diversas maneiras. Nesta multidão, neste leque de religiões, há uma somente certeza que temos para tudo: todos somos filhos de Deus.”

Nesta frase, a fé religiosa não aparece mais como uma revelação divina e sobrenatural, senão como uma busca que vem do homem e que, portanto, é substancialmente natural. Este naturalismo (essência da maçonaria, segundo as palavras do Padre Giantulli, porém muito mais antigo que ela) está confirmado pelas palavras conclusivas: “todos somos filhos de Deus”. A filiação de Deus não vem mais, pois, da graça divina concedida a quem crê em Jesus Cristo (“Porém a todos os que o receberam, que são os que creem em seu nome, deu a eles o poder de serem filhos de Deus. Os quais não nascem do sangue, nem da vontade da carne, nem do querer do homem, senão que nascem de Deus” – S. João, 1, 12-13) senão de baixo, do simples fato de pertencer a humanidade (“todos” filhos de Deus) ou de buscar cada um a sua maneira. Que todos os homens são – por natureza e não pela fé divina e revelada – “filhos de Deus”, eis aqui a “única certeza”. A ampla gama de religiões e os “diversos modos de pensar” (a fé divina reduzida ao pensamento humano) e de “sentir” (a fé religiosa reduzida ao “sentimentalismo religioso” protestante e modernista) não tem nenhuma certeza (exceto no que teria de comum: “o amor”; qual, de quem e de que, não é sabido). Neste “leque de religiões” está incluído o cristianismo. A fé cristã, pois, e ainda qualquer fé, não seria para J. M. Bergoglio algo certo.

Que a fé não seja uma certeza, que sempre esteja ligada à dúvida, que esta ideia de fé seja a base indispensável do diálogo inter-religioso que deve estender-se ainda aos agnósticos, não é uma ideia exclusiva de J. M. Bergoglio, senão que é o coração mesmo do modernismo agnóstico, como explicamos no artigo “Assisi 2011: Joseph Ratzinger e o agnosticismo” (Sodalitium, n.º 66, pp. 5-20). Como escreveu mons. Sanborn em um artigo: “o problema não é Francisco”, o problema é “o Vaticano II”.

(Padre Ricossa, http://www.catolicosalerta.com.ar/catolicidad/video-comentarios.html)