quarta-feira, 21 de setembro de 2016

251ª Nota - Panteísmo Ambientalista


Qualquer um que tenha estudado o movimento ambientalista global com certeza já ouviu falar no termo “Gaia”. O culto de Gaia é um renascimento do paganismo que rejeita o Cristianismo, considerando-o como seu maior inimigo, e que vê a fé cristã como único obstáculo ao estabelecimento de uma religião global centrada na adoração de Gaia e na união de todas as formas de vida em torno da deusa ou “Mãe Terra”.

Uma mistura astuta e desonesta de ciência, paganismo, misticismo oriental, e feminismo fez desse culto pagão uma ameaça crescente à igreja de Cristo. A adoração de Gaia é o cerne da política ambiental de hoje. O Tratado das Espécies ameaçadas de extinção, o Tratado da Biodiversidade das Nações Unidas e de várias ONGS, o Conselho sobre o Desenvolvimento Sustentável etc, são tudo cria do culto de Gaia tentando salvar a “Mãe Terra”. Este movimento religioso, com características de seita, está sendo promovido por celebridades e formadores de opinião como o ex-vice-presidente Albert Gore, a CNN, que é uma emissora de Ted Turner, bem como as Nações Unidas e suas várias ONGs. O livro de Al Gore “Earth in the Balance” é apenas um dos muitos livros que proclama descaradamente a divindade da Terra e culpa os “fanáticos seguidores de Jesus Cristo”, tão prejudiciais ao meio ambiente, pela decadência desta deusa pagã. As Nações Unidas têm sido extremamente bem sucedidas em infundir a “Religião Verde” como um órgão governamental internacional que vem afetando e controlando de modo crescente vários setores de nossas vidas.

Então, o que vem a ser este novo culto de Gaia? É basicamente uma versão requentada e modernizada do paganismo condenado por Deus na Bíblia. Ciência, teoria da evolução, e crença em uma era espacial apenas adquiriram uma nova faceta que torna o paganismo mais digerível e convincente para o homem moderno. Mas é o mesmo velho paganismo com todos os seus males. Existem outros movimentos de cunho religioso que tentaram propagar a mesma idéia sobre a divindade da “Mãe Terra”, mas só o novo culto de Gaia conseguiu unir o movimento ambiental, o movimento New Age, religiões orientais, e até mesmo os líderes de muitas denominações cristãs em torno de uma versão única e bastarda do paganismo. A única capaz de deter tal avanço era ainda a Igreja Católica.

Boa parte desse sucesso pode ser creditada a James Lovelock. Lovelock trabalhou para a NASA durante a década de 1960 como consultor para o “Life on Mars”, um projeto de nave espacial Viking. A teoria de Lovelock afirma que a terra, a biosfera está intimamente ligada ao seu ambiente, agindo como um sistema único, um sistema vivo que se autorregula de forma a manter as condições que são adequadas para a vida. Este sistema vivo, segundo ele, é o resultado de uma forma de meta-vida que ocupou nosso planeta há bilhões de anos atrás e iniciou o processo de transformar este planeta em sua própria substância. Todas as formas de vida no planeta, de acordo com Lovelock, são parte de Gaia – uma parte de uma deusa espírito que sustenta a vida na Terra. Desde a sua transformação em um sistema vivo, ele teoriza, as intervenções de Gaia produziram a diversidade através de um processo de evolução das criaturas no planeta Terra. Da perspectiva de Lovelock que viu a Terra a partir do espaço, o que ele viu não foi um planeta, mas um sistema vivo autoevolutivo e autorregulador. Sua teoria apresenta a terra não como a rocha que é, mas como um ser vivo. Ele nomeou-a Gaia, em homenagem à deusa mitológica grega que teria criado o mundo dos vivos tirando-o do Caos.

A ideia da Terra como a vida, espírito divino não é nova. Platão disse: “Devemos afirmar que o cosmos, mais do que qualquer outra coisa, é o que mais estreitamente se assemelha a alma vivente da qual todos os outros seres vivos, individual ou geneticamente, são parte. Uma criatura viva que é a mais perfeita entre todas as formas”. Como a mais nova versão do paganismo, Gaia é totalmente aceita pelo movimento da Nova Era e se encaixa perfeitamente no misticismo oriental, mas era necessária a ciência para reunir num só caldeirão, evolucionistas e humanistas apaixonados pela ciência. Para essas pessoas, Gaia se tornou palatável pelo modelo criado por Lovelock, uma teoria matemática e científica concebida para refutar as críticas contra Darwin. Assim como a evolução elimina a necessidade de um criador divino, o modelo de Lovelock forneceu uma teoria da evolução da vida na Terra, que incorpora a seleção natural em um mundo que está interligado. Ele elimina a ideia de um Deus pessoal e Onipotente e faz dos seres humanos uma parte do espírito divino que é Gaia.

Mais atraente ainda para os seguidores da Nova Era e o Movimento Ecumenista é o lado místico de Gaia. Eles podem facilmente se acostumar à crença de que os seres humanos podem ter experiências místicas ou uma relação espiritual com Gaia. A conexão e a crença de que os seres humanos são parte dessa consciência coletiva chamada Gaia agrada a eles. Gaia ensina que um “Espírito da Terra”, deusa, ou cérebro planetário deve ser protegido. É essa crença que alimenta o movimento ambientalista, o desenvolvimento sustentável e um impulso global para o retorno das nações industrializadas a uma forma primitiva de vida. Algo que é útil ao Comunismo Internacional. Tal como aconteceu com os evolucionistas, os humanistas, e as outras religiões pagãs do mundo, Gaia nomeou o Cristianismo como o grande obstáculo para a evolução humana e nosso destino espiritual. Um documento encomendado pela ONU e patrocinado pela Convenção sobre Diversidade Biológica e Avaliação da Biodiversidade Global, se refere explicitamente ao Cristianismo como uma fé que coloca os seres humanos acima ou alheios à natureza e despoja a natureza de suas qualidades sagradas. O documento afirma:  “Conversão ao Cristianismo significou, portanto, o abandono de uma afinidade com o mundo natural para muitos habitantes da floresta, camponeses, pescadores em todo o mundo… Nas montanhas do nordeste da Índia que fazem fronteira com a China e Mianmar foi apoiada a criação em pequena escala, de sociedades em grande parte autônomas até 1950. Essas pessoas seguiam suas próprias tradições religiosas que incluía separar 10% e 30% do meio ambiente considerados como bosques e lagos sagrados”.

Ao mesmo tempo que condena o Cristianismo como a raiz de todo o mal ecológico, o documento prossegue elogiando o budismo e o hinduísmo porque eles “não se afastam drasticamente da perspectiva dos seres humanos como membros de uma comunidade de seres que incluem outras vidas e elementos não vivos”. Religiões não cristãs são, definitivamente, favorecidas pelo governo global como bons administradores da Mãe Terra.

Todos os membros desta “Religião Verde” concordam entre si que a Terra está em um estado de crise e que esta situação de emergência ecológica é o resultado das tradições cristãs. Eles acreditam que a crença judaico-cristã, segunda a qual Deus escolheu o homem para reinar sobre a terra, levou-o a explorar e abusar da Mãe Terra. O Monoteísmo, segundo eles afirmam, separou os seres humanos de sua antiga conexão com a terra, e para inverter esta tendência, os governos, a mídia, os nossos sistemas de ensino, artistas e outras áreas de influência devem reavivar o mito pagão centralizado na terra e reconectar-nos ao espírito da Terra”.


(Tradução de Gercione Lima do texto da jornalista americana Jennifer Hast, publicado em outubro de 2002)