Qualquer um que tenha estudado o movimento ambientalista global com
certeza já ouviu falar no termo “Gaia”. O culto de Gaia é um renascimento do
paganismo que rejeita o Cristianismo, considerando-o como seu maior inimigo, e
que vê a fé cristã como único obstáculo ao estabelecimento de uma religião
global centrada na adoração de Gaia e na união de todas as formas de vida em
torno da deusa ou “Mãe Terra”.
Uma mistura astuta e desonesta de ciência, paganismo, misticismo oriental, e feminismo fez desse culto pagão uma ameaça crescente à igreja de Cristo. A adoração de Gaia é o cerne da política ambiental de hoje. O Tratado das Espécies ameaçadas de extinção, o Tratado da Biodiversidade das Nações Unidas e de várias ONGS, o Conselho sobre o Desenvolvimento Sustentável etc, são tudo cria do culto de Gaia tentando salvar a “Mãe Terra”. Este movimento religioso, com características de seita, está sendo promovido por celebridades e formadores de opinião como o ex-vice-presidente Albert Gore, a CNN, que é uma emissora de Ted Turner, bem como as Nações Unidas e suas várias ONGs. O livro de Al Gore “Earth in the Balance” é apenas um dos muitos livros que proclama descaradamente a divindade da Terra e culpa os “fanáticos seguidores de Jesus Cristo”, tão prejudiciais ao meio ambiente, pela decadência desta deusa pagã. As Nações Unidas têm sido extremamente bem sucedidas em infundir a “Religião Verde” como um órgão governamental internacional que vem afetando e controlando de modo crescente vários setores de nossas vidas.
Então, o que vem a ser este novo culto de Gaia? É basicamente uma versão
requentada e modernizada do paganismo condenado por Deus na Bíblia. Ciência,
teoria da evolução, e crença em uma era espacial apenas adquiriram uma nova
faceta que torna o paganismo mais digerível e convincente para o homem moderno.
Mas é o mesmo velho paganismo com todos os seus males. Existem outros
movimentos de cunho religioso que tentaram propagar a mesma idéia sobre a
divindade da “Mãe Terra”, mas só o novo culto de Gaia conseguiu unir o
movimento ambiental, o movimento New Age, religiões orientais, e até mesmo os
líderes de muitas denominações cristãs em torno de uma versão única e bastarda
do paganismo. A única capaz de deter tal avanço era ainda a Igreja Católica.
Boa parte desse sucesso pode ser creditada a James Lovelock. Lovelock
trabalhou para a NASA durante a década de 1960 como consultor para o “Life on
Mars”, um projeto de nave espacial Viking. A teoria de Lovelock afirma que a
terra, a biosfera está intimamente ligada ao seu ambiente, agindo como um
sistema único, um sistema vivo que se autorregula de forma a manter as
condições que são adequadas para a vida. Este sistema vivo, segundo ele, é o
resultado de uma forma de meta-vida que ocupou nosso planeta há bilhões de anos
atrás e iniciou o processo de transformar este planeta em sua própria
substância. Todas as formas de vida no planeta, de acordo com Lovelock, são
parte de Gaia – uma parte de uma deusa espírito que sustenta a vida na Terra.
Desde a sua transformação em um sistema vivo, ele teoriza, as intervenções de
Gaia produziram a diversidade através de um processo de evolução das criaturas
no planeta Terra. Da perspectiva de Lovelock que viu a Terra a partir do
espaço, o que ele viu não foi um planeta, mas um sistema vivo autoevolutivo e
autorregulador. Sua teoria apresenta a terra não como a rocha que é, mas como
um ser vivo. Ele nomeou-a Gaia, em homenagem à deusa mitológica grega que teria
criado o mundo dos vivos tirando-o do Caos.
A ideia da Terra como a vida, espírito divino não é nova. Platão disse:
“Devemos afirmar que o cosmos, mais do que qualquer outra coisa, é o que mais
estreitamente se assemelha a alma vivente da qual todos os outros seres vivos,
individual ou geneticamente, são parte. Uma criatura viva que é a mais perfeita
entre todas as formas”. Como a mais nova versão do paganismo, Gaia é totalmente
aceita pelo movimento da Nova Era e se encaixa perfeitamente no misticismo
oriental, mas era necessária a ciência para reunir num só caldeirão,
evolucionistas e humanistas apaixonados pela ciência. Para essas pessoas, Gaia
se tornou palatável pelo modelo criado por Lovelock, uma teoria matemática e
científica concebida para refutar as críticas contra Darwin. Assim como a
evolução elimina a necessidade de um criador divino, o modelo de Lovelock
forneceu uma teoria da evolução da vida na Terra, que incorpora a seleção
natural em um mundo que está interligado. Ele elimina a ideia de um Deus
pessoal e Onipotente e faz dos seres humanos uma parte do espírito divino que é
Gaia.
Mais atraente ainda para os seguidores da Nova Era e o Movimento
Ecumenista é o lado místico de Gaia. Eles podem facilmente se acostumar à
crença de que os seres humanos podem ter experiências místicas ou uma relação
espiritual com Gaia. A conexão e a crença de que os seres humanos são parte dessa
consciência coletiva chamada Gaia agrada a eles. Gaia ensina que um “Espírito
da Terra”, deusa, ou cérebro planetário deve ser protegido. É essa crença que
alimenta o movimento ambientalista, o desenvolvimento sustentável e um impulso
global para o retorno das nações industrializadas a uma forma primitiva de
vida. Algo que é útil ao Comunismo Internacional. Tal como aconteceu com os
evolucionistas, os humanistas, e as outras religiões pagãs do mundo, Gaia
nomeou o Cristianismo como o grande obstáculo para a evolução humana e nosso
destino espiritual. Um documento encomendado pela ONU e patrocinado pela
Convenção sobre Diversidade Biológica e Avaliação da Biodiversidade Global, se
refere explicitamente ao Cristianismo como uma fé que coloca os seres humanos
acima ou alheios à natureza e despoja a natureza de suas qualidades sagradas. O
documento afirma: “Conversão ao
Cristianismo significou, portanto, o abandono de uma afinidade com o mundo
natural para muitos habitantes da floresta, camponeses, pescadores em todo o
mundo… Nas montanhas do nordeste da Índia que fazem fronteira com a China e
Mianmar foi apoiada a criação em pequena escala, de sociedades em grande parte
autônomas até 1950. Essas pessoas seguiam suas próprias tradições religiosas
que incluía separar 10% e 30% do meio ambiente considerados como bosques e
lagos sagrados”.
Ao mesmo tempo que condena o Cristianismo como a raiz de todo o mal
ecológico, o documento prossegue elogiando o budismo e o hinduísmo porque eles
“não se afastam drasticamente da perspectiva dos seres humanos como membros de
uma comunidade de seres que incluem outras vidas e elementos não vivos”.
Religiões não cristãs são, definitivamente, favorecidas pelo governo global
como bons administradores da Mãe Terra.
Todos os membros desta “Religião Verde” concordam entre si que a Terra
está em um estado de crise e que esta situação de emergência ecológica é o
resultado das tradições cristãs. Eles acreditam que a crença judaico-cristã,
segunda a qual Deus escolheu o homem para reinar sobre a terra, levou-o a
explorar e abusar da Mãe Terra. O Monoteísmo, segundo eles afirmam, separou os
seres humanos de sua antiga conexão com a terra, e para inverter esta
tendência, os governos, a mídia, os nossos sistemas de ensino, artistas e
outras áreas de influência devem reavivar o mito pagão centralizado na terra e
reconectar-nos ao espírito da Terra”.
(Tradução de Gercione Lima do texto
da jornalista americana Jennifer Hast, publicado em outubro de 2002)