sexta-feira, 7 de julho de 2017

305ª Nota - Decadência



Decadência. Essa é a palavra chave dos tempos atuais. Decadência nas artes, na filosofia, na literatura, na música que se escuta massivamente, nas religiões, na escala de valores das pessoas.  Simulação de capitalismo competitivo quando na realidade cada dia mais as megacorporações concentram mais dinheiro e poder, e dominam cada vez mais o universo econômico. Isto implica uma incapacidade progressiva da livre concorrência nos mercados em crescimento. Escandalosas operações econômicas nas sombras, às vezes mudas, secretas, e às vezes a céu aberto, que conspiram contra a suposta “liberdade” da qual deveriam gozar os cidadãos de uma vastíssima quantidade de países – se é que estes ainda existem em um sistema globalizado. Partidos políticos sem diferenças. Esquerda e direita que se entrecruzam, trocam de papeis e se olham no espelho, projetando a mesma imagem. Políticos cada dia mais parecidos, quase clonados entre si. A verdadeira democracia, se houver, é somente remanescente para questões cada dia mais municipais e de bairros... Os povos, em geral, estão cada dia mais alheios às grandes políticas nacionais, que nada têm de nacionais. Grande paradoxo dos sistemas que dizem respeitar o conceito de democracia representativa e republicana... Basta ligar a televisão para ver cada vez mais a repetição ao infinito, a toda hora, de crimes que se produzem nas cidades, nas periferias, que ajudam a encobrir as verdadeiras notícias que permanecem ocultas atrás do efeito hipnótico da televisão, onde, com algumas honrosas exceções, se vê notícias-lixo travestidas de noticiário, de programa periodístico, de espetáculo, de entretenimento, ou de paródia da própria realidade que se copia e copia a si mesma, autogerando-se... A escravidão esmagadora que se vive no mundo “moderno” se caracteriza pelo fato de ter que trabalhar cada vez mais horas, cada vez por menos prazer e por um dinheiro que alcança, a duras penas, um nível de vida – melhor dizendo, de consumo – difícil de manter. O grande desenvolvimento tecnológico que se evidencia cada vez mais deve ser tomado como outra manifestação da decadência que impera e do ocaso que se avizinha, dada a invenção cada vez maior de tecnologias supérfluas e carentes de valor. (...) somente se desperdiça talento humano para um consumo impossível. Para nada! Em um mundo onde o ideal é o consumo, em uma sociedade baseada para e pelo consumo, a liberdade não pode ser mais que mera aparência, uma quimera. (...) Toda conspiração é secreta. Para os tontos, ou para os que falam por falar, mesmo ignorando, para os que afirmam não acreditar em conspirações nem teorias conspiratórias, basta lembrar-lhes de que a história oficial – “mentirosa e enganadora”, como Honoré Balzac a chamava – não é mais que uma história de conspirações vitoriosas. Alguém pode por acaso duvidar de que a revolução (qualquer que seja), segundo a própria história oficial, não tenha nascido de uma conspiração? Que guerra não se tramou em segredo? Que golpe de Estado não foi concebido nas trevas?

(Nota do blogue: Não há como negar o declarado neste excerto do livro Nadie Vio Matrix, de Walter Graziano. Entretanto, pasma-nos a oposição feita pelo autor em reconhecer que “o problema motor” seja religioso, e afirmando que seja econômico, desinforma.)