“Há
duas histórias, a oficial, mentirosa, Ad Usum Delphini, e a
secreta, em que estão as verdadeiras causas dos acontecimentos, história
vergonhosa.” (Balzac, Les Illusions Perdues – t.III)
O
tráfico de carne humana
DEPOIS de haver sido a terra do pau-de-tinta,
o Brasil era o açúcar e o açúcar era o negro, afirma documentado historiador de
nossos dias. Está de acordo com o velho cronista Antonil que assegura serem os
escravos pés e mãos dos senhores de engenho. É a mesma opinião que se encontra
no Breve discurso sobre o estado das quatro capitanias conquistadas: sem
escravos, os engenhos não podiam moer. Monocultura latifundiária, a da cana de
açúcar, exigia enorme massa de escravos. Florescia, pois, o comércio de carne
humana à medida que prosperava a Indústria açucareira. O suor do negro
cimentava a riqueza do segundo ciclo da colonização. Ligados, o comércio de
escravos e a produção do açúcar, acabariam caracterizando toda a economia
ultramarina. A escravização do índio, tupi ou gé, realizada a principio
brutalmente; depois, legalizada pelas famosas cartas-régias, pelos alvarás e
provisões das guerras de corso e pelas condenações ao cativeiro, não satisfez
as exigências de mão-de-obra para o plantio e moagem da cana. O índio
furtava-se pela fuga, pela resistência, pela selvatiqueza e pela própria morte
ao trabalho braçal, ao papel forçado de coolie
a que o colonizador o queria submeter. Era inadaptável e indomável. Morria aos
montões, de clara o padre Antônio Vieira. E sua captura custava maior desperdício
de gente e de esforços do que a obtenção do transporte dos negros da África.
Demais, o catequizador, alçando a cruz, defendia o indígena e o aldeava. Por
isso, segundo Gilberto Freyre, os jesuítas eram “inimigos terriveis dos
senhores de engenho”. A luta entre padres e escravizadores foi longa e áspera.
Começou em Piratininga com o judeu cohen João Ramalho e terminou, infelizmente,
com a vitória dos escravizadores. Foi mais acesa em São Paulo, porque ali o sítio
merecia melhor acolhida à imigração judia. No Norte, os senhores de engenho
viviam endividados, presos à usura judaica. O judaísmo os manobrava e forçava a
lançar mão do operário africano, que os negreiros, também enfeudados a Israel,
iam buscar do outro lado do oceano Atlântico. Assim, desde os albores do ciclo
do açúcar, começou o emprego da mão-de-obra negra. O horror à atividade manual
e a instituição do trabalho escravo, ambos caracterizadores das colonizações
peninsulares, tiveram como primeiros impulsionadores os judeus de Portugal. A metrópole
estava sob o domínio judaico, que se exercia através de uma rede de créditos,
do giro de fundos, das alianças de sangue, do exercício dos cargos técnicos, da
usura, da agiotagem, da corrupção, da própria influência dos médicos, na quase
totalidade hebreus, no seio das famílias, influência que contrastava até a dos
capelões, curas e confessores. Ali, desde o recuado tempo das monarquias
visigóticas, os judeus haviam se especializado no comércio de escravos. O que
estava de pleno acordo com o código judaico CHOSCHEN HAMISCHPOT, em 227, 26: “É
permitido explorar um não judeu, porque está escrito que não é permitido
explorar seu irmão”. Como negar ainda a intromissão judaica no tráfico de carne
humana, quando um judeu de nota declara textualmente que: “Não há exagero em
afirmar que não há quase fato histórico de importância nos quatrocentos anos de
vida nacional, no qual não tenham influido ou colaborado, ás vezes
proeminentemente, elementos de raça hebraica*”. Ora, que fato de maior
importância histórica para nós do que a escravidão? O comércio de escravos é
tão fundamentalmente semita que sempre foi denominado tráfico fenício.
*Dr. Isaque Izecksom. “A contribuição
judaica na formação da nacionalidade brasileira”, in “Almanaque Israelita do
Brasil”, ed. Samuel Weiner, Rio 1935.
Excerto
de A História Secreta do Brasil (Vol.
1), de Gustavo Barroso, advogado, professor, museólogo, político, contista,
folclorista, cronista, ensaísta, romancista brasileiro, foi membro da Academia
Brasileira de Letras (8/3/1923), da Academia Portuguesa da História, da
Academia das Ciências de Lisboa, da Royal Society of Literature de Londres, da
Academia de Belas Artes de Portugal, da Sociedade dos Arqueólogos de Lisboa, do
Instituto de Coimbra, da Sociedade Numismática da Bélgica, do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro e de vários estados, das Sociedades de
Geografia de Lisboa, do Rio de Janeiro e de Lima. A 27 de junho de 1919 foi
feito Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 7 de junho de 1923 foi elevado
a Comendador da mesma Ordem de Portugal, a 5 de fevereiro de 1941 foi
agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública e a 22 de maio
de 1950 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da
Espada de Portugal.