domingo, 19 de agosto de 2018

380ª Nota - O Espírito do Capitalismo_4



“O burguês inventou o liberalismo para destruir a antiga ordem social. A sociedade burguesa desconheceu a existência dos direitos de Deus e ao exaltar aqueles puramente abstratos do homem e do cidadão, deu a este o poder de converter suas ilusões em verdades últimas para lança-lo, em total desapego do real, sobre a miragem de uma justiça fabricada com sonhos, ressentimentos e falsas expectativas. Em um mundo que deixou de ser mensagem de uma inteligência criadora, a contemplação desapareceu. A conduta prática carece de uma ordem objetiva transcendente e portanto não existe uma sabedoria reguladora da conduta, nem uma natureza livre ordenada para seu bem último. Arte burguesa e arte proletária são duas modalidades de trabalho intrinsecamente pervertidos pela influência do afã exclusivo pelos bens materiais.” 
 
“É lei psicológica que os homens desenvolvem uma agudeza particular para captar com acuidade tudo que cai no terreno de seus interesses e, ao mesmo tempo, parecem afetados por uma radical imbecilidade para tudo que exceda os limites de seu restrito campo de ação.”

“...o mundo burguês é o resultado lamentável de sua horrível clausura espiritual.”
(Rúben Calderón Bouchet, O Espírito do Capitalismo)