sábado, 25 de agosto de 2018

383ª Nota - Folclore: reflexo da alma popular



"É aqui que o folclore toma sua verdadeira significação. Em uma sociedade que ignora as tradições mais sãs e mais fecundas, ele se esforça por guardar uma continuidade viva, não imposta de fora, mas originada da alma profunda das gerações, que nela reconhecem a expressão de suas aspirações próprias, de suas crenças, de seus desejos e de seus pesares, as lembranças gloriosas do passado e as esperanças do porvir" (Pio XII).

Para certa corrente sectária existente em nosso meio, o folclore se reduz ao estudo das superstições africanas e indígenas das mais baixas camadas sociais, e os tristes progressos das macumbas e dos "terreiros" são devidos em grande parte a esses exploradores de imundícies, que detêm em suas mãos poderosos meios de propaganda. O verdadeiro folclore é elemento de vida, e não de morte das culturas. "É preciso não perder de vista que nos países cristãos, ou que o foram outrora, a fé religiosa e a vida popular formavam uma unidade comparável à unidade da alma e do corpo. Ali onde essa unidade hoje se dissolveu, ali onde a fé enlanguesceu, privadas de seu princípio vital manter-se-ão e renovar-se-ão as tradições populares, ainda que artificialmente? Nas regiões em que essa unidade ainda se conserva, o folclore não é portanto uma sobrevivência curiosa de uma época extinta, mas uma manifestação da vida atual que reconhece o que deve ao passado, tenta continuá-lo e adaptá-lo inteligentemente às novas situações" (Pio XII).