“Não se deve julgar um camponês pobre ou
uma senhora de condição humilde por sua aparência ou pela envergadura de sua
inteligência. Muitas vezes não têm absolutamente nenhum ‘rosto’, muito menos o
aspecto de homens que pensam. São pessoas rudes e apegadas à terra. Se, porém,
virarmos a face da moeda, constataremos então que, à luz da fé, o Filho de
Deus, que quis ser pobre, vem ao nosso encontro nas pessoas desses pobres.
Também Ele, em sua paixão, tinha um rosto desfigurado. Para os gentios, não
passava de um louco; para os judeus, era pedra de escândalo. Teve, no entanto,
a capacidade de se tornar o evangelizador dos pobres: Fui enviado para pregar o
Evangelho aos pobres! Ó meu Deus, devemos encarar os pobres com simpatia e
amorosamente, se os vemos na ótica de Deus e com o respeito que Jesus Cristo
tinha por eles! Eles só se nos afiguram desprezíveis se os considerarmos pelas
suas aparências físicas e num espírito ditado pelas normas profanas”.
(Fragmento de uma palestra de São
Vicente de Paulo com padres missionários)